sábado, 20 de julho de 2013

outsiders.

Desvio de luta,
quanta conduta,
a regra se fez,
por quem se desfez,
a sarjeta chegou,
a polícia parou,
a mulher não viu,
o negro se despiu,
a luz se foi embora,
e em uma outra aurora
se desenvolveu.
O limite acordado
por patrões com carro importado,
veio o juiz,
a ponte está por um triz,
e a porta abriu
para quem contraiu
à regra, puta que pariu!
Foi feita por quem?
Foi escrita pra quem?
Descrita por alguém?
O espaço é sem margem
pra quem é feito de imagem,
e o estuprador tem sua lei,
o homossexual não quer ser rei,
o negro é igual ao branco, eu sei,
a mulher que eu beijei.
E a norma que tem forma
de carrasco embriagado,
deixa-me tonta, obrigada,
e eu quero despir a farda,
quero saber quem é dono da espada,
quero saber quem é que fala,
o que a gente cala.
O desvio é desviado,
por um pobre coitado
que nem sabe ler. 
E aquele que sabe, 
faz charme,
suave se resolve a sós,
como quem desfaz os nós
que a sociedade alinhou.
E ainda chamam de louco 
todo e qualquer pouco,
estatisticamente rotulado,
por um postulado
de colarinho branco
e alma nada franca.
Se a loucura acaba com a lucidez,
louca quero ser,
para compreender,
que não é justo
seguir conceitos,
pautados em pré-conceitos,
orgulho e falta de fé.
Caminho com um pé
que é pra deixar o outro cru
e nu,
sem sapato,
porque a tão formosa lei,
desvia a si própria,
com um capital que gira
para o pouco que acha muito

ser normal.

domingo, 7 de julho de 2013

o rio.

O amor é como um rio
que nos leva à correnteza de sangue
rega o peito
desfaz o defeito
ensina no óbvio
o contrário do feito
e só diz respeito
a quem sabe amar.


                Eu te amo.
                  E, se for pra sentir saudade,
                     que seja dos seus olhos ao olharem os meus
                          que seja dos seus lábios a colorirem os meus
                               que seja dos nossos peitos transbordarem
                                                                                   [amor.