terça-feira, 31 de dezembro de 2013

felicidades; no ano novo e sempre.

Falta quase sempre um sim. 
Aquela resposta de que as coisas boas vão dar certo.
Hoje já não falta.
Temos energia.
Metas.
Planos.
É a hora sonhada.
De renovar sob o claro que vem da madrugada.
Não falta nada.
Há disposição.
Respeito.
Perdão.
Crimes confessos.
O ano vai nascer outra vez.
Singelo.
Sonhador.
Menino; ou menina, vai saber.
E como uma criança, nada vai faltar.
Há afeto.
Cuidado.
Fogos de artifício como toda grande chegada.
No final da estrada, 
não sabendo o que ganhou. 
Na vida.
No horizonte.
No mundo.
A Terra se abre.
E temos vigor.
A maré é a favor.
Mas cuidado.
Cuidado. 
O ano que chega precisa de cuidado.
Pra que as coisas realmente se realizem.
Porque se a cada doze meses é um ano.
Vinte e quatro? Dois.
Imagine lá quantos anos a gente vai viver?
E a gente não pode querer tudo, 
porque tudo é igual a nada. 
Há escolhas.
E elas são marcas.
Que perduram.
Hoje.
Amanhã. 
E dentro da sua pele, alma e carne.
Viver com amor em tudo que se faz.
É o que eu desejo a mim.
E aos que amo.



com amor, 2014!

domingo, 29 de dezembro de 2013

eu escrevo pra você.

Você disse que sente falta dos meus escritos. Eu não te deixei, amor. Eu não fui embora. Meu coração é seu. Você me faz feliz, faz-me viver. Sou sua. Nua. Toca-me o corpo, faz-me uma surpresa e entra por essa porta. Diz que me ama, diz que me quer na cama. No peito. No sorriso. É esse o melhor de mim. O que eu dou em cada termômetro quente por sua temperatura. Repara. Está na cara que eu te desejo mais que a qualquer outro instante. Não me escondo porque não quero ser seu mistério, mas sua água, que você bebe e mata a sede sem se perder em meu infinito. Vem cá. Lê isso. Eu escrevo pra você, meu quilate. Minha joia que eu não me canso de guardar no mais profundo cofre. Tesouro esse, existe antes que seja amanhã. Você nasce todo dia no meu leito. Minha casa é sua, entra. E, sendo sincera, eu confesso a minha dor. Não me faz mal doer a saudade. Cala, fala, beija, esquenta. O tempo passa e o que nos estabelece a melhor forma é o remédio de amor. Eu sinto amor por você. Longe. Longo. Perto. Curto. Beija-me. Abraça-me. Sente-me o cheiro. Desliza a mão por meus cabelos raspados. Deixa ser. Bebe meu corpo que eu deixo você amanhecer em mim. Molha-me. Devolva-me seus peitos. Quem foi que deixou que você os tirasse de minhas mãos? Distância a sua, amor. Não espere pra voltar. Eu escrevo pra você; mas quero falar-te, nas linhas de seus belos horizontes. E só calo a boca quando você se cansar de ouvir e quiser que elas se ocupem em beijar seu íntimo, deixando-te molhada como eu estou agora ao te escrever tudo isso. Você disse que sente falta dos meus escritos. Eu não te deixei, amor. Estou aqui. Minha alma é sua. Nua. E crua. Toca-a. Você eu não sei descrever. Mas diria que é a minha mais bela memória. E quero que seja feliz, ao meu lado. Hoje e daqui uns cinquenta milênios também. Solidão é ficar nessa casa sem te poder ver. Amarga. Mas a sua volta é doce. E isso acalma meu coração. Eu vou sempre escrever pra você. 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

sobre as epifanias.

Argumentos 'epifânicos' que me soltam. Eu juro que entendi as epifanias. Na sala, no quarto vazio de laço, de peito aberto no espaço e no abraço, juro que eu entendi. Eu não me vou ferir de novo. Meu coração não é um eterno flerte. Epifanias não tardam, elas esperam a hora de chegar. E o que eu conto e vou contar aqui é somente o que tem de ser dito. Não espere pela verdade do universo. Nem nada que não seja domado e escrito por amor. Sigo registrando cartas, diálogos, pensamentos, eloquências e perversidades. É apenas a visão de uma mulher que não tem certeza do que virá amanhã, mas não deixa de viver pelo hoje e pelo ontem. Esse é o meu recital. 

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

carta de amor.


Carregando... 

Carregando. 




Improviso. 
Conduta. 
Ai Jesus! 
Não vai aparecer a imagem? 
Sou eu, apenas eu! 
Apareça! 
Por que é tão difícil mostrar minha cara? 
Será que eu devo ir pra lá? 
Pro outro lado da moeda? 
Ou pro centro do meu universo? 
Pra onde corre o cão ao redor do próprio rabo? 
Eu não tenho desvios anormais, até creio que não existam. 
A condição é ter você. 
Com seus mimos, risos e pernas. 
É isso que falta? 
Você preenchendo minhas linhas, 
meus defeitos e gostos? 
Para que eu apareça nitidamente? 
Vem meu amor, enche-me de beijos, mata seus desejos, 
tire toda sua roupa, despir-me também irei, e pronto. 
E já que a minha não carrega sozinha, 
carrego comigo a sua foto,
e deixo a gente ser feliz.













isso é liberdade. 

o eu e o outro.

Começou assim: 'por quê eu vejo essas coisas?' 'ela me respondeu: 'não sei, por quê eu não vejo?" (...) Mistério. A vida é o louco mais louco que toda loucura já viu! Nem Chopin, nem Nietzsche  nem Marx, ou mesmo Getúlio Vargas e Maria, a Louca. O mistério é tão grande que os grandes, ou os que se enxergam assim, tentam decifrar o tal sem que tenham sucesso. Além de quererem saber como tudo começou, querem saber como termina. E vem ai os chamados 'loucos', os loucos que são loucos porque vivem em plena falta de lucidez, os normais é que são os diferentes! De que vale dizer que entendem, sem estarem realmente em condições de compreender qualquer pintura e ainda fingindo que aquilo os inspira? Essa mania de querer ter asas sem poder pisar no chão, o doce veneno da ilusão, o tempero amargo de uma flor e o cheiro de cigarro que impregna; mistério. Eu? Você? Por que precisamos de relações se nos subdividem em tantas partes. Cada pedaço irrompe no peito cansado de não entender e a mente cansada de não ser entendida. Diz-me, olha-me, diz-me a verdade logo de uma vez. Eu não quero ter que morrer pra entender a vida, nem passar a vida tentando entender a morte. Meu sangue vermelho derrama, eu não quero passar fome pra entender a vida, nem passar a vida vendo a fome que passa. Eu gosto dessa sensação de fingir que entendo um pouco de tudo, mas no fundo sabendo que tudo não passa de indecifrável e isso basta. Tem que bastar. Eu não me importo se vejo o que ninguém vê. Talvez seja virtude pra alguns que, se não vissem, ai sim, iriam enlouquecer. 

sábado, 23 de novembro de 2013

olhos.

Olhos amarelos que me assustaram ao ver aquela visão. Eram perspicazes como de um falcão. A presa era somente o resto da fumaça que restara do último cigarro. A presa era o ar. Antes, invisíveis, mas depois daquele momento em que estavam fixos, vendo-se somente a linha preta que restara das pupilas e o ínfimo movimento dos olhos permaneciam congelados naquela imagem da fumaça se esvaindo. Por segundos eu enxerguei que a minha visão era de gato, de águia, de falcão. Agora mais uma certeza me governa. A de que o vento existe e não é só sensação. Eu vi. Meus olhos são bons. Com os seus eu percebi que são. As tais coisas que poucos vêem, as tais coisas que eu vejo, eu entendi. Eu vejo no espelho, eu vejo pelas costas, eu vejo os inimigos, eu preciso salvar os outros, eu preciso. Eles não podem ver, eu vejo, eu vi o vento, entende-me? Eu estou aqui vendo pela culatra, ouvindo pelo lado oposto da minha mente. Troca de lado, é isso. Troca de mentes, mentes tão iguais às minhas, que eu as vejo. Eu não tenho mais medo. Eu quero ver, pra me lembrar de que eu nunca estou só.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

raia.


Eu acredito
Eu tenho fé
Vou pedir pro Deus do Fogo
Aquecer os meus pés
Vou pedir pro Deus da Terra
Segurá-los no chão
Vou pedir pro Deus da Água
Pra lavar minha alma e deixar
Deixá-la no ar
Deixá-la cantar
Deixá-la amar
Deixá-la encontrar o amor
Oooh!

Eu acredito
Eu tenho fé
Vai nascer a esperança
Do Deus Sol que raia
Que raia, que raia
Do Deus Sol que raia
Que raia, que raia...

E o dia nasce cor amarela, da janela vejo brilhar. Cada raio solar encanta e cada male espanta, porque aquece, enobrece, faz tudo pra que o dia seja bonito, como pirulito colorido que tem gosto de infância.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

canto.

Quando eu digo que é maior que tudo, é porque eu não fazia ideia de que poderia ser tanto. É tanto, ponto, entretanto, provém o que ficava só dentro. Quando eu faço cócegas, é porque eu não fazia ideia de que o riso de alguém poderia ser tanto. É tanto, ponto, entretanto, provém e se mostra o que era só fora. Quando eu subtraio em lágrimas é porque eu não fazia ideia de que o choro poderia ser tanto. É tanto, entretanto, contraponto, encontro, ponto, provém do encanto e  nele mora, - o que fica no peito. 

sábado, 28 de setembro de 2013

à luz de uma sombra.

Às vezes eu acho graça da minha loucura. Veja bem, ela vem só para mim! Mas que absurdo, eu não sou surdo, não precisa ficar querendo ser a minha voz. Às vezes eu acho graça da minha loucura! Ela fala, faz-se ver a poesia, eu gostaria, eu gostaria muito de não ver e nem  de ouvir. Eu gostaria de ter mais imaginação pra fazer, disso tudo, mera brincadeira. É difícil não acreditar nos meus sonhos de quando eu era apenas uma garotinha rebelde. Bom, rebeldia não combina com o que se passa. Veja bem, ela só vem pra mim. Mas que absurdo, por quê não querê-la? É como negar água à alguém sedento por aquele suor. Eu gostaria, gostaria de continuar com esses absurdos loucos de minha cabeça, que vem e vão como as ondas do mar que há muito não me desnudo para nadar. Às vezes eu acho graça da minha loucura. Veja bem, ela é minha sombra e sempre me faz luz.

domingo, 22 de setembro de 2013

uma distração.

Você não sabe o que está falando.
E você, sabe?
Eu sei que a saudade que corrói meu peito, 
mata minha sede de água destilada 
que faz o mesmo efeito em meu corpo.
Meus poros também doem assim.
Ah é? E... por quê?
Porque os meios que te regem fazem de mim escravo do seu cheiro.
E quais são esses meios?
Os de saída; você sempre vai.
Mas eu volto.
Sei que volta, mas por que não me leva de uma vez por todas com você?
Sei que volta, mas por que não me diz sim de uma vez por todas para que eu possa ser seu?
Eu quero... eu realmente quero, mas é que é tão difícil saber quando.

À tardinha, num domingo de muito calor; ouvi sua voz algumas vezes e quase senti seu cheiro depois do perfume doce de minha mãe; eu vi os olhos de cor verde-mel que me deixaram tranquila e feliz em saber que posso vê-los quando durmo e eu até tenho dormido mais por esses dias em que você não se faz presente; eu toquei seus peitos bem definidos e já delineados por minhas mãos. E até ouvi seu riso quando falo-te algo baixo no ouvido. Saudade é saber que te vejo amanhã e amanhã ainda está meio longe de chegar. Saudade é saber que eu sei o que estou falando: é saber que você também sabe e que cada momento em que as coisas não parecem estar bem, você vem e isso significa que até a minha segunda-feira fica bonita.


E as horas são muitas pra alguém que, como eu,
 quer ouvir o barulho das chaves quando você chegar.

sábado, 21 de setembro de 2013

parecia que estava ficando sem um pedaço do coração.

Pronto, oi, tudo bem? Bem eu não estava mas, tá. Voltemos às medidas práticas. Bem, bem. Você? Também. Um dia de ressaca moral, quero te morder. Então morde. Quer? Que viagem. Como? Quando eu te vejo, linda. Ai, tá, mas fala mais. Estou curiosa e só pego o ônibus das onze, ida e volta. Han? Ah, sim. Vamos, coloca um hit. Foi proposital? Porra, o café está gelado. É bom providenciar uma garrafa nova. Perdi o foco. E voltei, e sim, o café, merda, tem açúcar. Não suporto açúcar no café. Foi, foi. Uhum. Foi. Sim, ai eu tive que mudar o diálogo. Oi, oi, alô? Tá me ouvindo? Não gosto de relógio, até porquê eles me marcam as horas, não gosto disso; não gosto de levar as coisas medindo tempo. Que bom que deu certo, no final das contas. E ai de repente calar-se do grito que estava por vir e veio, amargo, doendo, sofrendo e amando e querendo. E eis que o hit era justo o que se tornava chantageoso. O quê? Sabe que é a música que eu canto pra você. E as vozes se confundiam com as letras e eu ali calada e úmida por não ser, talvez, o suficiente pra você. Ainda é cedo. O dia mal começou; e eu acordada na primeira hora da madrugada; e você não respondeu: ainda quer? Eu te perguntei primeiro. E eu realmente achava que eu não queria mais e fui eu quem disse isso. Certo. Eu quero muito fazer isso dar certo. E sei que é o que você quer também. A gente se ama, poh. Qual o problema há em um dia ruim, que não tira o brilho dos outros, e também tem seu valor. Pensei. Mas eu não entendo. Temos nossos problemas, mas e dai? Eles são pequenos diante de tudo. Pra mim não. Pra você tem? Eu tava afirmando. Nada de interrogação. Ah, sim, então... já me desculpei por isso, não foi por mal, sabe? não foi, realmente não. A minha intensão era realmente te preservar, na mesma não da. O que pode ser diferente? Isso tudo desgastava tanto e eu não sabia o que era, 
não tenho dúvidas.

E você?

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

à sombra de uma gata.

Olhos amarelos.
Seu corpo pintado.
Felina, maravilha de mulher.
Uh, uh, uh, uh!

Orelhas ligadas.
Rabo engraçado.
Felina, maravilha de mulher.
Ah, ah, ah, ah!

Curiosidade  aguçada.
E um certo ar blasé...
Uh, ah, ah, ah!

Areta,
Aretícia, 
capeta,
que delícia!
Gata, eu quero te morder...

Areta,
Aretícia,
capeta,
que delícia!
Gata, eu amo você...

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

faz-se utopia.


Não sei o que chamam de loucura
quando a saúde perturba,
quando o bom e o mau
se confundem no final
quando o bem e o mal
se transformam em coisa e tal
e coisa e tal
e eu aqui perdida
encontrando-me apenas na fresta,
que me resta
e que o suor escorre
quando à meia-noite
ainda estou esperando o sono partir
a insônia sumir
e o tratado me incomodar
meus pés descalços
repleto de  rastros
pediam pra eu voltar
o sábio esqueceu
a pergunta que o mendigo fez
e que o senhor mestrado
não soube responder
o olho virado
a órbita criada
que como eu
vê o que não se era pra ver
assim como o sol  na madrugada
eu ilumino o outro lado da parada
afim de querer sempre o bem
e a fresta a que me referia
veio no novo dia
iluminar sem cegar
esses olhos de luneta míope
até pro que não se poderia
e o meu lado esquizofrênico
hebefrênico,
catatônico,
persecutório e abundante
essa sim sou eu
a que não se olha no espelho
com medo de não gostar do que for ver
e o tempo para
o machismo exala
minha mãe é Maria
bom dia
tem almeida
e não confunde o ser
ideia no ar
fumaça ao me alcançar
e o cheiro do perfume
de sexo
no quarto ao lado
faz-me enxergar
o fluxo certo do meu caminhar
e se pelo caminho
comigo você  viesse
eu estarei ao seu lado
pra nunca deixar de te tocar
e me mergulharei em seus braços
só pra sentir de novo
o foco do seu calor esvaindo
e os poros adentrando
eu não sei o que eu quero dizer com tudo isso
mas deixa eu fingir que sei
eu só queria dizer
que meu medo se foi
de tanto querer proteger
até aquilo que todos dizem não ver
mas que eu vejo e é por isso o meu normal
se a loucura for o que se passa em minha mente
quero  beijo envolvente
sexo quente
e amor corrente nas veias
tamanha a força que faz pulsar o coração
revolução
revolução
re-vo-lu-ção
andai-vos
amai-vos
respeitai-vos
e em frente
com o sonho
porquê... não,
os sonhos não são para os fracos.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

corre sangue.

Desse despeito que é o desfecho do coração.
Esse sujeito defeito que é a canção.
Isso é aquilo e é outro indício de amor.
Amor bandido que cega e se vê.
Vem de repente, contente, inocente que eu:
eu não sou eu, apenas imagem.
eu não sou eu, apenas imagem.
Lógica indefesa que corre no sangue...
Corre sangue, corre sangue.
Tira do peito essa dor.
Corre sangue, corre sangue.
Enche minha boca desse sabor.

Dita em outra língua míngua a lua que brilha solar.
Mar de intensão que vem de si em mi maior, 
cor de amor que embala as canções que um dia cantei.
Distante de mim no dia que veio a ser feliz,
e a minha insônia doía de solidão que eu:
esse sou eu, em carne e imagem.
esse sou eu, em carne e imagem.
Tanto amor que corre no sangue...
Corre sangue, corre sangue.
Tira do peito essa dor.
Corre sangue, corre sangue.
Enche minha boca desse sabor.

Corre sangue,  corre sangue.
Corre sangue, corre sangue.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

felicidade.

E o dia acordou mais bonito. O seu amor fez raiar    o meu coração.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

foto.

Faz-se cena de cinema.

eiva.


O bagulho começa onde a sua verdade se situa
Nua, crua, aberta, resposta tão certa à atitude de um dia
Um dia de domingo, sol a pino, cerveja gelada, cigarro queimando
A cabeça girando e o surdo ouvindo e o cego vendo e o que não se toca  se amando
e o que não anda, mas corre, é essa a sensação
Que porra de vício
O café morno ao meio-dia
O cigarro fumado, um trago a cada gole
Um sopro perfumado de catarse e limo
E o sexo quente após o almoço
e antes da sesta
A leitura imposta de um gênio que existiu
Alguém de quem o queixo  caiu ao também vomitar o perfume
de sábio a apartar o vício que também persistiu
E no final das contas ainda acreditar que se viu
O que o outro partiu,
partiu a soluçar murmúrios de vento
Em cada momento que a sociedade ainda o tinha como filho
de uma terra em que o índio era poderoso
o preto e o branco e o amarelo sol
o sol queimando formoso
E as nuvens tentando apartar
o vício que não vai acabar.
O vício de querer mudar.
O vício de transformar a mudança.
Desse eu não quero me desvencilhar.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

insone.

Meu pensamento se desfaz em realidade.

sábado, 20 de julho de 2013

outsiders.

Desvio de luta,
quanta conduta,
a regra se fez,
por quem se desfez,
a sarjeta chegou,
a polícia parou,
a mulher não viu,
o negro se despiu,
a luz se foi embora,
e em uma outra aurora
se desenvolveu.
O limite acordado
por patrões com carro importado,
veio o juiz,
a ponte está por um triz,
e a porta abriu
para quem contraiu
à regra, puta que pariu!
Foi feita por quem?
Foi escrita pra quem?
Descrita por alguém?
O espaço é sem margem
pra quem é feito de imagem,
e o estuprador tem sua lei,
o homossexual não quer ser rei,
o negro é igual ao branco, eu sei,
a mulher que eu beijei.
E a norma que tem forma
de carrasco embriagado,
deixa-me tonta, obrigada,
e eu quero despir a farda,
quero saber quem é dono da espada,
quero saber quem é que fala,
o que a gente cala.
O desvio é desviado,
por um pobre coitado
que nem sabe ler. 
E aquele que sabe, 
faz charme,
suave se resolve a sós,
como quem desfaz os nós
que a sociedade alinhou.
E ainda chamam de louco 
todo e qualquer pouco,
estatisticamente rotulado,
por um postulado
de colarinho branco
e alma nada franca.
Se a loucura acaba com a lucidez,
louca quero ser,
para compreender,
que não é justo
seguir conceitos,
pautados em pré-conceitos,
orgulho e falta de fé.
Caminho com um pé
que é pra deixar o outro cru
e nu,
sem sapato,
porque a tão formosa lei,
desvia a si própria,
com um capital que gira
para o pouco que acha muito

ser normal.

domingo, 7 de julho de 2013

o rio.

O amor é como um rio
que nos leva à correnteza de sangue
rega o peito
desfaz o defeito
ensina no óbvio
o contrário do feito
e só diz respeito
a quem sabe amar.


                Eu te amo.
                  E, se for pra sentir saudade,
                     que seja dos seus olhos ao olharem os meus
                          que seja dos seus lábios a colorirem os meus
                               que seja dos nossos peitos transbordarem
                                                                                   [amor.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Belo Horizonte, 18 de junho de 2013.

foco, galera.


O nosso intuito não é o insulto, 
não é o tumulto que se formou e... muito.
Muito menos o de repente,
plantado em cada passo,
dado  que, num instante,
poderia ser anterior ao de antes.
A gente pinta a cara de verde e amarelo,
não pra que estejamos escondidos por trás 
de tinta fresca ou já seca, não.
A gente pinta as cores da pátria amada,
Brasil, Brasil, Brasil! 
Já chega! 
O nosso intuito é o que permanece!
Vamos pra rua sim,
vem você também!
Que as cores pintadas no seu rosto,
sejam frescas,
secas pelo Sol
ou iluminadas por ele.
Porque, -escuta ai seu policial,
eu não tenho esse metal que dispara,
de cima, debaixo,  por todos os cantos,
eu não tenho esse metal que dispara
e faz sangrar de dor,
porque eu venho pelo amor,
que no fundo eu sei que também te toca.
Vem de blusa branca, bandeira colorida,
vem de qualquer jeito. 
Vem pra rua, vem!
Larga o seu metal,
desleixe o punhal,
sem violência!
O nosso intuito, fique sabendo,
é romper com essa  barreira,
e até, certamente, limitar uma ou outra
fronteira.
E chega! 
Foco galera, foco. 
Vamos mostrar a cara sim,
mesmo que essa mídia
mostre a porra toda
que acontece,
de forma que não dá pra entender.
Mostra a cara,
faz dela a sua própria mídia,
isso pra nós é coisa rara!
Sem perder o foco!
E uma coisa eu te peço,
oh Seu Fardado,
guarda essa sua arma,
desarma,
e vem fazer parte da multidão!




                                                                                                               Ah, Copa não!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Belo Horizonte, 17 de junho de 2013.



Tempos antes da manifestação:


Dinheiro na mão,
as portas se abrirão?
Não é assim que funciona,
senhor capitão.
A gente é assim,
brasileiro, povo,
massa, gama, trabalhador,
torcedor da nossa pátria.
Diz-me quem lhe deu esse sorriso antes, irmão?
Diz-me quem enfiou o corpo no buraco,
pra você colocar a sua bunda, fale.
E quem foi que disse que a polícia vale,
um terço do que cabe?
E quem foi que disse que o brasileiro vence,
mais de um terço do que sente?
Porque não pode, não deixam,
eles só são cruéis.
A gente tem voz ativa,
vamos mostrar que a gente tem!
Vem, faz parte do show!
Vem, da sua face pro nego bater!
Da as duas, dá as mãos.
Ditadura dissimulada,
democracia torta.
Eu vou te abrir a porta.
Porque meu sorriso eu não vendo.
Porque do seu dinheiro eu não estou vendo.
Se realmente da, alguém tira.
Se realmente da, é pra tira.
E se está aqui, não diga bobagem,
vamos pra margem,
vamos liderar o entorno
que dai ninguém sai de dentro.
Ninguém pode dizer o que somos.
Esse é o sentido do que fazemos.
Esse é o sentido do que faremos.
Lutar.
Contra essa merda toda
que me deixa sem ar,
tamanho o cheiro fétido
e podre que paira quando penso
no outro lado da mão,
o peito pulsa por democratização.




...



Tempos depois:


A foto lá do meio,
foi tirada com amor.
Amor pela pátria,
pelo sorriso banguela de um indivíduo.
É tanto amor que se encara as máscaras,
com a certeza de que elas podem cair,
ao simples tiro de um cara da lei.
Eu fui.
Sou testemunha do que houve.
Houve repulsa das minhas entranhas,
houve falta de fôlego dos meus poros
e uma súbita vontade de dizer o que eu vi.
Eu vi policial sendo louvado,
porque fez uma foto lá do meio.
Eu vi policiais sendo vaiados,
pelo 'simples fato' de atirarem bombas
vindas de frente, de lado, de cima, inferno  que é,
nas pessoas que estavam ali de forma pacífica.
Eu vi gente jovem,
gente velha,
eu vi família,
eu vi criança,
eu vi minha cara pintada,
eu vi minha força renovada,
por tanto querer aquela mudança.
Eu vi policiais escravizados,
escravizando um povo que luta,
que chora,
que sonha,
que espera pelos ideais,
mas sem deixar com que eles sumam,
em função de um bando de filho-da-puta,
que esconde a cara e bota o rabo entre as pernas.
Eu vi alegria acometida de grito,
mas sem deixar de ter fé.
Palmas e vaias...
Palmas e correntes...
Palmas, solte-se, minha gente!
EU vi esperança nos olhos das pessoas,
vi esses mesmos olhos chorando já que
era nítida a fumaça branca que cegava,
deixava rouca a voz que só queria falar:
violência não.
EU vi que quem estava ali,
metia a cara pelo país.
O problema não era só o futebol.
O problema não se resolvia por vinte centavos,
nem poderia ser trocado por algum trocado.
EU vi que aquela gente só queria
poder andar pela rua da sua pátria,
sendo melhor tratado do que um gringo
que não sabe nem um bocado,
o que é ter o corpo marcado
de falta de democracia,
e uma ditadura que já se instala,
sorrindo dissimuladamente.
Basta olhar na foto lá do meio.
Basta.
Basta de bombas!
Basta de tiros!
Basta de tanta falta de vergonha na cara.
Basta,
Hoje eu fui feliz,
por ver que há muita gente querendo mudança.
Hoje, cada lágrima que escorreu de meus olhos,
sem que eu estivesse triste,
escorriam, porque eu era bombardeada.

sábado, 15 de junho de 2013

ato falho.


O corpo foi entregue
àquela alma mais bondosa,
nada criminosa, muito menos pecaminosa.
Se eram sete os capitais, 
um deles pode-se cometer, 
problema não houve algum.
Talvez uma órbita vazia,
ou um estômago ainda mais faminto e cru.
Inércia das pernas,
do coração, mais então,
então que os olhos cegam-se
ao ver a luz.
A luz da ideia que tem a mente,
que, insistentemente,
insiste em acreditar no que existe.
E o que está fora de órbita?
está o peito entalado 
de desejos do passado, 
de convenções diretas,
de metas e... que porra é essa?
Eu tento ver pelos olhos deles
que ainda estão fechados,
tento mesmo ver pelos olhos deles,
os meus cegaram-se depois dessa luz!
Que Deus é esse que escolhe os privilégios,
sem ordem de chegada, 
apenas pelo apelo à largada,
apenas em função do não no final das contas.
E, que Deus? Que Deus?
Que Deus persiste em atos falhos,
para um aparato de desgraças na vida seguinte?
Seguinte: eu creio, eu quero crer.
Quero preencher minhas órbitas nisso.
Mas, para isso, para isso,
só peço licença pra ouvir minha própria voz,
e ver os meus próprios espíritos.