quinta-feira, 26 de agosto de 2010

todos os erros do mundo.

Sou soberba quando penso que sou maior que alguém. 
Sou avareza quando não quero perder o que ainda nem conquistei.
Sou luxúria quando espero ter seu sexo grudado ao meu. 
Sou inveja quando te desejo roubar de seu novo bem. 
Sou ira quando me lembro do vazio que me há de você . 
Sou gula quando engulo a dor que é viver.
Sou preguiça quando tento me esquecer do meu amor. 

 .

Agora é tarde. E o que não me falta é tempo (e vontade) de errar.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

declaração.

I.

Declarei amor à guerra.
Também aos fracos e homens bons.
Sei que outros corações ardem,
assim como o meu sem o seu amor.


II.

Declarei amor ao tempo.
Também aos cacos e foras da lei.
Sei que outros corações ardem,
assim como o meu sem o seu calor.


III.

Declarei amor à arte.
Também aos mortos e sem direção.
Sei que outros corações ardem,
assim como o meu sem a sua cor.


IV.

Declarei amor à vida.
Também ao poeta e compositor.
Sei que outros corações ardem,
assim como o meu sem o seu amor.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

tão momentâneamente importante.

Veja você,
a gente só queria o amor.
É tão difícil,
onde foi que tudo foi acabar?
Já não vejo motivo,
onde foi que tudo foi parar?
Veja você,
a gente só queria o amor.
A gente só queria amar.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

desejo sem fim.

Os olhos seus estavam especialmente encantadores naquela noite. Delineados por um lápis preto, de forma marcante. Eram fixos em minha boca, me deixando louca por querer beijá-la. Ah menina, se você soubesse o quanto a sua dança me deixou inebriada. Fiquei tonta só de te olhar. Você parecia estar em um palco -e a espectadora era eu. Te vendo ali, sem poder tocar-te, me doeu tanto. E, quando a nossa música tocou, a vontade que me veio foi a de te tomar em meus braços. Bem como aquela poesia fazia comigo. Eu me senti totalmente preenchida de amor quando te vi entrar. Meus batimentos se aceleraram naquele momento bom. Eu estou farta de ficar longe desse amor. Meu coração está doente e a culpa é sua. É sua porque eu não deixei que você se fosse assim. Eu só queria você por perto, durante as vinte e quatro horas do meu dia. Queria te deitar por cima do meu corpo como um cobertor. Eu queria te amar como ninguém mais pôde fazer. Ficar sem você é como ser refém de mim mesma. E eu lhe juro, esse amor ainda vai ser amor. Vai ser prosa, poesia, letra e música. Vai cantar pelos quatro cantos do mundo.  Porque algo tão forte não pode morrer assim, sem ter de fato acontecido. E é esse meu desejo sem fim que me dá essa certeza. Seremos grandes, meu amor. Seremos um só, você vai ver. E esse tempo há de chegar logo. Eu só lhe peço que não desista de mim; tenha paciência e saiba me esperar. E eu também te esperarei, o quanto for. Porque amor igual ao nosso pode enfrentar dias, meses, anos, séculos, outras vidas que não cessa, não acaba. É um amor sem ponto e sem fim.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

coisas para fazer hoje.

Acordar.
Café.
Cigarro.
Me vestir.
Falar.
Blá-blá-blá.
Mentiras.
Mais blá-blá.
Música.
Fotos.
Sentir saudades.
Ver o sol se pôr.
Amar.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

podia ser.

Eu te faria feliz. Disso eu tenho certeza. Podia ser noite ou dia, frio ou calor. Eu estaria ali, sempre ao seu lado. Mas a vida, talvez o tal destino, não deixou que as coisas acontecessem entre nós. Eu fico me perguntando em como seria se você não tivesse ido embora sem ao menos me dizer adeus. Porque você saiu sem avisar, já com um outro alguém dizendo que te amava. Mas sabe, eu não consigo acreditar que esse certo alguém possa te dar amor igual ao meu. Eu te amei com tanta força. Ninguém no mundo pode te amar assim. Parece um discurso egoísta, mas não. É que a certeza do amor que eu tenho faz com que qualquer outro sentimento seja menor. E, por menor que seja a minha chance de te ter um dia aqui comigo, eu não quero mais negar, chega de disfarces. É que eu te amo. Peço desculpas por sentir algo assim. Mas me disseram que o amor não tem hora, não há tempo que apague. E eu acredito. Acredito que passem os anos, as horas, os minutos, eu te amarei na mesma medida. Senão maior. E é tanta saudade. Saudade dos pequenos detalhes. Dos seus olhos, do seu cheiro, da sua cor. E sabe de uma coisa, você não vai se livrar tão rápido de mim. Eu vou estar em tudo o que você puder lembrar. Em cada parte, em cada miragem, em cada monte. Eu podia ter feito você feliz. Disso eu tenho certeza. Poderíamos ter sido noite ou dia. Frio ou calor. Eu não quero te pedir nada pra mim. Só quero te dizer que o nosso amor podia ter ido às estrelas. Podia ser uma história com final feliz. Eu viraria o mundo de cabeça pra baixo pra te ter aqui. Podia ser. Mas não é. Porque a verdade é que nunca fomos. E, talvez, nem seremos. 

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E eu ainda me lembro daqueles dias em que nossos olhares se cruzavam formando um só.

domingo, 1 de agosto de 2010

sem rumo.

Não há nada pior do que não saber qual rumo a vida vai tomar. Parece que falta um pedaço. E falta mesmo. A parte que diz quem você é. A parte que diz o que você faz -me perguntaram outro dia o que eu faço da vida e ah, fiquei muda! Enfim, falta a parte que diz a importância que se tem. Pois bem, se mexeram comigo agora terão que aguentar! E dai se a minha vida não tem rumo? Se eu sou um ser que faz ou não a diferença, não faz a menor diferença. Ou faz? Pra todos os outros não. Mas, pra mim, que estou aqui, engolindo seco a vontade que tenho em continuar, faz toda a diferença do mundo; eu quero poder voar em liberdade sem hora pra chegar. Quero dormir e continuar no sonho mesmo quando o sol raiar. É isso. Quero paz pro meu espírito e fé pro meu coração. E não me importo com a estrada que irei tomar. O que interessa é que ela me deixe espaço pra sonhar.

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Porque sonho, sonho é irreal. Mas quem foi que disse que só se vive de realidade?