Eu pensava em alguma música
que desse compasso aos cacos
e me calava ao som de nenhuma
O barulho que me vinha
era o da estrada
como se ela estivesse partida
e dissonante
Eu bebo conhaque puro
e ainda perguntam-me
como eu aguento
Preocupo-me em ser pertinente
mas a única resposta
que me vem em mente
não responde pelo destilado
A música insiste em não tocar
as peças não se juntam
e o som agora é o das teclas
Eu persisto no risco
sem de fato saber aonde leva
Talvez chamem de coragem
talvez chamem de loucura
essa tal estrada
que compreende a minha dor
Mas o choro é sangue
que sai pelos olhos
e pulsa no peito
em uma disritmia
ao silêncio que insiste
Como posso...
Ah, se você percebesse...
J.V.Kaisen