segunda-feira, 1 de setembro de 2014

corto meu cabelo e é agora.

Agora eu vou ficar por essas bandas.
Bem acordada eu quero estar.
Agora a palavra some.
Eu tento dormir a noite inteira.
Insone.
Agora me sento numa cadeira.
Pensando que eu te quero ter.
Aqui dentro e do lado de fora.
Outrora tudo se desenvolveu.
Agora eu permanecerei aqui.
Com os olhos abertos na fronteira.
E o regresso some na parede.
Eu tento dormir a noite inteira.
Eu queria ter você aqui.
Do lado de dentro e do de fora.
Agora o meu peito está doído.
Agora tenho que ficar à sós.
A noite inteira eu não durmo,
já que são tantos os meus nós.
Bem aqui no meio se instala,
primeiro me vem a cor azul.
Quente ou não, eu não me importo.
Corto meu cabelo e é agora.
Também tenho o meu corpo nu.
Enquanto chove lá fora, tudo aqui ainda é blue.
Agora as coisas vão ficando cinzas.
Nem minhas paredes têm mais cor.
O tempo escorre pelos os meus dedos,
de sede vou deixando tudo cru.
O meu corpo não quer mais demora.
 Agora ele quer é ter você.
De noite toda luz se evapora.
Como a água que eu pus para ferver.
Toda noite é a mesma coisa.
Eu tento por mais vezes recordar.
Daquele tempo tão distante.
Quando eu me punha a vagar.
Agora vago em outra direção,
na mão o cigarro já queimou.
Eu nem fumei aquela porra.
E agora vejo que já se acabou.
Todo instante em que te vejo,
sinto o meu peito se inflamar.
De dor e também desejo.
E de cada instante que eu insisto em colecionar.
O sabor do beijo me inebria.
E o verso que eu te fiz me pego a cantar.
O meu coração errante é teimoso
E só volta se você vier.
A estrada é um diamante.
Que eu não sei como lapidar.
O meu sono agora chega em segundos.
Agora eu quero só sonhar.
Com seu corpo em formas delirantes.
Que eu insisto em querer tocar.
Você me beijou e empurrou-me o peito.
Sem entender os seus motivos...
eu vou pensar que é porque começa a gostar.
Ou, talvez, me queira maltratar.

 M.A.Kaisen.