quarta-feira, 30 de maio de 2012

retomada.

Vai embora! Pare de vomitar essas frases feitas que, sinceramente, não me tocam. Eu estou c-a-n-s-a-d-a de te ouvir. Sua infinidade de tons não são mais doces. Quer ver-me triste? Não, verme! Você é quem vai partir, não eu. Eu vou conseguir livrar-me de você. Nem que para isso eu tenha que me afogar em seu vômito fétido. Nem que para isso eu tenha que nadar em lama. Acabar-me em chama. Não chama! Finja que já fui. Tenho motivos o suficiente para querer ficar. E não, você não vai conseguir com que eu perca esse jogo. Os dados ainda estão rolando, lembra? O inverno está indo embora. E eu espero que seu frio sopro em forma de suspiro vá também. Você não me aquece. E eu quero calor. Que venha a próxima estação. Nem sei a ordem delas, mas sei que mudam. E com elas eu vou mudar-me. P-a-r-a b-e-m l-o-n-g-e. Onde você não vai me atingir. E sabe onde eu me vou esconder? Ah, mas por essa você não esperava. Eu vou esconder-me dentro de mim. Porque aqui dentro suas más intenções não chegam. Seu terror não atinge. Seu medo não contrai. E, do pouco que sei, sei que dentro de mim, a sós, eu estarei protegida. Afinal, você pode controlar a minha cabeça, mas nunca o meu coração. 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

enfado.

Todo mundo têm um dia em que prefere ficar só. Acontece que isso, para mim, virou rotina. E eu estou cansada de ter que ver essa mesma cara todo dia no espelho.

domingo, 27 de maio de 2012

lado oposto.

Não é que eu esteja triste. Ou desiludida com tudo o que se passa ao meu redor. Não. É que eu tinha dois caminhos para seguir. E escolhi o que estava em minha frente. Ai, a mim me pergunto: o que teria acontecido se eu tivesse virado à esquerda? Será que eu teria mais ódio no coração? Ou continuaria com essa ausência que me cerca? Sim, ausência. Por mais que me doa, por mais que me faça mal, eu não consigo sentir ódio por nada nem ninguém. Talvez, se eu tivesse escolhido o caminho da esquerda, eu conseguiria odiar a pessoa que amo. Conseguiria sentir ódio da vida. Mas não. Eu continuo amando a quem nunca me amou de verdade. Pessoa e vida. Ambas só me fazem mal. E eu aqui, dando voltas, tentando quem sabe extirpar todo esse sentimento de dentro de mim, mas, ao contrário, conseguindo apenas que ele permaneça dentro do meu peito. Não é que eu esteja triste. Mas com tamanha dor pelo que me faz viver. Eu penso tanto no que pode acontecer se eu parar de andar apenas em frente. Eu preciso virar! Virar, desvirar e tornar a virar. Eu preciso de emoção. De aventura. De paixão. Eu preciso esquecer-me dos critérios. Eu quero querer. Mas como? Como dizer a eles que eu não os quero seguir? Que eu não os quero obedecer? O gosto disso é azedo. E, ao mesmo tempo, amarga. Eu só queria um pouco de doçura. O ódio é doce? Porque se for eu quero odiar. Desprezar. Matar. Olhar-me no espelho e me ver exatamente como sou. Não uma imagem de alguém que não sabe o que é. Quem sabe depois disso, vendo-me como sou, eu consiga sentir ódio de mim. E, sentindo ódio, eu consiga desprezar-me. Matar-me. Livrar-me de todo e cada peso. Encorajar-me a fazer tudo o que andam dizendo para eu fazer. Eu quero seguir o caminho que leva ao lado. Ao lado oposto da vida. Ao lado que dizem ser infinito.  

sábado, 26 de maio de 2012

o que eu saberia.

Eu não sei dançar. Nunca soube. Mas poderia aprender se você quisesse ser guiada por mim. Eu também não sei falar em público. Mas ao pé do seu ouvido saberia dizer coisas lindas, com o perdão da pretensão. Eu não sei cozinhar. Mas aprenderia fazer seu prato preferido com muito gosto. Eu também não sei se meu beijo tem sabor. Mas te digo que o nosso beijo seria o encaixe perfeito. Lábios, linguas e dentes. Eu não sei nada sobre cinema. Mas ficaria horas embaixo do edredon com você, assistindo o que fosse. Eu também não sei muito sobre viagens. Mas passaria dias em qualquer lugar desse mundo grande ao seu lado. Eu não sei o que sou. Mas aprenderia quem você é. Eu também não entendo muito de amor. Mas, sabe? Aprender a amar ao seu lado seria aprender a viver. E sobre a vida eu nada sei. Mas aprenderia se tivesse você aqui, comigo.   

sexta-feira, 25 de maio de 2012

caro.

A passagem do tempo dói. Ofereci minha cara a tapas e, diacho! Minhas metades foram apedrejadas. Esqueci de tudo, até de mim. Mas aquele velho sentimento continua aqui. Ouvi dizer que não existe amor eterno. Um dia ele se acaba, é inevitável. Então quando é que o meu vai partir? Ele insiste em permanecer. Imóvel. Intacto. Poeira que não se vai com o vento. Também ouvi dizer que o tempo cura. Eu pergunto: quando? Repito, essa passagem do tempo é doída! Parece que podem passar dias, semanas, meses, anos. E nada. Nada desse peito descansar. Temo sucumbir. Eu pago um preço muito alto por desejar o que não me pertence.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

paradoxal.

Estou por um triz. Tentando mostrar uma felicidade que não existe. Tá certo, só os loucos dizem que não são felizes. Mas quem foi que disse que eu sou normal? Ah, mas normal é a última coisa que eu fui. Seria. Sou. Não. É a loucura que me move. É o meu maior combustível. Eu vivo em pleno choque com a realidade. Sim. Tenho meu mundinho paralelo. Onde invento histórias, mentiras, amores, dores, personagens. Além de um outro eu. Se é que existe lucidez nesse mundo, - coisa que não acredito -, eu quero é passar longe dela! Qual é a graça em achar que tudo o que é 'normal' basta? Não basta. A loucura é necessária. Para se crescer como pessoa, artista, ser. Mesmo que tenha havido chance de me mostrar normal, normal eu nunca serei. Sou louca. Agito do mar. Calmaria das marés. Doida de pedra. De tarja preta e tudo. Mas assim eu sou feliz. Opa! Estou por um triz. Tentando mostrar uma felicidade que não existe. Oh, meu Deus! O quê é que estou falando? Não faz sentido algum! Primeiro digo que não sou feliz. Depois que assim o sou. Oh, Diabo! Não é que eu sou louca mesmo?

quarta-feira, 16 de maio de 2012

não digo mais nada.

Você não quis acompanhar-me. Tudo bem, coisa e tal. Nem vai ser tão difícil para superar. É claro que meus pensamentos ainda correm por seus olhos todas as noites. E todas as manhãs. Mas eu consigo. Não é a primeira vez e nem vai ser a última. Quando ouvi aquilo tudo - muito pouco, mas tudo -, achei até que eram palavras crueis. Não, agora sei que não é por ai. Foi apenas sinceridade demais. E sinceridade eu prezo muito. Mas por que diabos a gente tem sempre que querer o que não pode ser nosso? Eu te quis enquanto você me pertencia, aliás, pertencer você nunca pertenceu, mas estava ali, ao meu lado. Enfim. Mas agora que só te tenho em presença de corpo, de alma não mais, agora parece que te quero ainda mais. Você me estendeu o tapete e depois puxou. Não se faz isso com as pessoas! Poxa, estava no começo de tudo e você pôs final em tudo sem que a gente vivesse o meio de tudo. Entende? Eu explico; a história nem bem tinha começado, okay, estava indo bem, mas ai, pronto! Acabou. E quanto aos nossos beijos proibidos? E quanto as suas mãos quentes passeando pelo meu corpo? E quanto aos seus olhos firmes e brilhantes toda vez que nos víamos? E quanto a nós? Nada? Significou tão pouco para você, a ponto de terminar daquele jeito? Não, eu não entendo. Ah, e quanto àqueles bombons? As flores que nunca te dei? Os poemas que nunca te escrevi? Sim. Eu tinha a esperança de estar mergulhando em um mar cheio de mistérios, cheio de criaturas desconhecidas, mas intrigantes. Eu tinha a esperança de que desse certo. De, quem sabe até, fazer você se perder em meio a muita paixão por mim. Mas não deu tempo, não é mesmo? Você se foi sem me dar a chance de te contar alguns de meus maiores segredos. Claro que sim, eu os dividiria com você. E gostaria de guardar os seus a sete chaves. Tá certo, parei. Não digo mais nada. Até por quê eu prometi a mim que não ia amar de novo. Que não ia sofrer de novo. E eu não vou. Digo isso com toda a certeza que pulsa em minhas veias. Eu te desejo caminhos de sol. E de chuva quando você precisar regar o seu jardim. Eu te desejo noites quentes. E frias quando você quiser se esquentar usando o corpo de um outro alguém. Eu te desejo sorte. Mas não posso ir sem dizer a você: sim, eu supriria todas as suas faltas. E sim, eu te faria feliz. Talvez como você nunca fora antes. Eu faria tudo por um sorriso seu. Mas você não quis acompanhar-me. Tudo bem, coisa e tal. Nem vai ser tão difícil para superar. Eu sei muito bem fingir que está tudo bem. Já sequestraram meus sonhos antes e, olha ai, cá estou, viva. O que mais posso querer?

sábado, 12 de maio de 2012

tudo sobre minha mãe.

No seu ventre eu repousei por nove meses. Não me lembro daquela época, mas sei que era quente. E terno. Enquanto você cantava eu dormia em paz. Sua voz era doce. E meiga. E eu sabia que você me amava antes mesmo de me conhecer. Você foi o meu primeiro amor. Desses de verdade, sabe, mãezinha? Amor que não se explica, ele existe. E ponto. Quando nasci repousei sobre o seu colo. Bebi do seu leite. Você me segurou firme quando eu cambaleava tentando dar os primeiros passos. Minha primeira palavra não podia ser outra que não fosse 'mamãe'. O tempo passou e eu cresci. Agora seu ventre e colo são pequenos demais para eu repousar-me. Mas você me dá seus ombros. Seja para que eu me deite para assistir os filmes que você tanto odeia, seja para eu me acabar em lágrimas de desabafo.  Às vezes acho que você ainda não percebeu que  eu estou bem grandinha. Trata-me como uma criança, a mesma daquela época de chupeta e fraldas. Mas eu não me importo. Acho até graça. ''Filha, já tomou seus remédios hoje?'' ''Não volte muito tarde." ''Não beba!" "Cuidado com estranhos..."  Sei que são palavras de amor. Até mesmo quando brigamos eu te acho incrível. Quando você não aceita minhas ideias ou diz que sou imatura demais. Talvez você esteja certa. A mãe sempre tem razão. Ela bem que me avisou para não fazer isso ou aquilo. E, todas as vezes em que contrariei o que ela dizia, acabei me dando mal. Mãe. Sinônimo de amor incondicional. Mãe. Meu refúgio. Minha base. Meu espelho. Minha certeza. Certeza de que o amor existe. De que alguém pode sim amar alguém mais até que a si mesmo. Mãe. Eu te amo. Dizer que você é a melhor mãe do mundo, seria pouco. Você é a melhor mãe para mim. E isso basta. Desculpe-me por tantos passos mal dados que já dei e que te magoaram. E obrigada por estar ao meu lado em cada e toda circunstância. Eu te amo. Que seu dia seja belo. Que seus sonhos te encontrem mesmo que você não esteja dormindo. E que nunca, que você nunca deixe de ser essa mulher que dá conselhos, mas que sabe ouvir. Que fala pouco e diz o que é essencial. Que você continue sendo essa mãe espetacular. E que, se um dia eu tiver a chance de escolher a minha próxima vinda à Terra, que eu seja sua mãe. Para que eu te possa retribuir o ventre. O colo. Os ombros. Os conselhos. O sorriso sincero. E que, enfim, seu coração continue batendo forte por muitos e muitos anos para que, um dia, você possa ver que eu, a sua filhinha, cresci. E te admira e te ama e que é eterno. Como só o amor entre mãe e filho pode ser.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

tombo.

Mais um dia solitário. Estou cercada de pessoas, sim. Mas só. Não digo 'só' no sentido de apenas, mas de sozinho mesmo. Clichê? Sempre serei. Sabe, eu queria escrever coisas destinadas a alguém. Mas cadê?  As paixões me vêm a todo momento, isso não posso negar. Mas será o suficiente? Agora meus discos, livros e maços de cigarro são meus melhores amigos. É, quando estou apenas com eles, eu me sinto mais viva. Ouço músicas tristes. Leio livros de horror. Fumo cada dia um cigarro a mais. Parece que me fechando para o mundo eu me sinto mais parte dele. Não é fácil entender, nem eu mesma me entendo. Mas é o que eu estou sentindo agora. Eu tinha prometido a mim que iria continuar. Não por mim, mas talvez por pessoas a quem vale ganhar um sorriso. Eu sei, eu sei. Não faria falta alguma nesse mundo grande, etcétera e tal. Talvez apenas nos corações das pessoas que me amam. Isso é um combustível , sim! O leitor deve estar pensando que eu não sei o que digo. Entenda, caro leitor, eu não escrevo com intuito de que você me entenda. Porque, como eu já disse, nem eu me entendo. E não, caro leitor, esse texto não tem um destinatário. Falta alguém para preencher as minhas lacunas. As linhas traçadas em minhas mãos, dizem ser o tal destino, as linhas das minhas mãos não se cruzam, não se encontram, então, o que isso pode significar? Que eu não vou encontrar um par? Que eu não sei amar? O que isso quer dizer? Alguém ai! Pode me ouvir? Responda-me! Eu estou perguntando! Seja noite ou seja dia, eu quero saber o meu propósito nesse imenso lugar onde estou. Eu não quero ficar, mas também não sei se devo ir. Solidão. Tédio. Músicas tristes. Livros de horror. Cigarro aceso na brasa do último. As lágrimas são inevitáveis. Mas até mesmo chorar me encabula. Por que? Talvez por tantas coisas. Talvez por nada. Hoje eu pensei em desistir de tudo pelo caminho mais fácil. Mas, ai, lembrei-me do sorriso de minha pequena irmã. Do abraço quente de minha amada mãe. No amor que eu sinto e não digo para ninguém. Não é hora de partir. Revi meus passos e descobri que não é que tenha me faltado amor, não é nada disso. Eu amei muito, ainda amo, acho. Mas não sei como entregar tanto sentimento para alguém. Acho que não passo de uma pessoa covarde. Que tem medo de ser amada. E, entende por que não da para entender? Eu tenho medo do que mais preciso. Eu tenho medo de receber o coração de alguém. Mas não de entregar o meu. É quase uma ausência do sentimento que me cerca. Simplificando, a minha vontade é de criar asas para voar alto e, lá do alto, cortá-las para que a minha queda não me deixe chance alguma de sobreviver.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

do espírito.

É hora de cuidar das flores que me restam. O jardim que eu tinha? Já não tenho mais. Mas enquanto houver uma única rosa, branca de paz, vermelha de paixão, eu vou continuar. Rega-las-ei, todos os dias. Se me sobrarem somente os espinhos, ainda assim, eu quero cuidar. Até porque os espinhos me cortam e eu gosto de sentir dor. É ela, a dor, que me lembra todos os dias de que estou viva. E embora eu saiba que só existo em corpo, tenho muita vontade de juntar os cacos que roubaram de minh'alma.

domingo, 6 de maio de 2012

monótono.

Frente ao espelho. Só o que me resta é minha imagem. No escuro nem isso eu tenho mais. Eu sonhei com você por perto. Mas a distância me lembrou que você não vai chegar. Cartas na mesa, cinzas do meu cigarro no chão. Não vou chorar. Não vou sofrer por mais ninguém. Nem pelo que tem, nem pelo que não tem volta. Minha vida anda tão agitada que só o que me preocupa é se tem comida pro cão.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

ou vai, ou racha.

É o meio-termo que me sufoca. Eu odeio coisas mornas. Café tem que ser frio ou quente. Aliás, tudo deveria ser assim: ou é, ou não é. Há tantas coisas que estão no meio. Eu, às vezes, escuto alguém dizer: ''só fumo nos fins de semana'', ''ah, eu sei cozinhar o básico'', ou então, ''eu sei tocar um pouquinho de violão'', ou ainda, "sou mais ou menos bom de cama''. Eu digo - não! Chega de meio-termo! Ou você fuma todo dia, ou pare de fumar. Ou você cozinha muito, ou não cozinha nada. Ou você toca algum instrumento de forma genial, ou é melhor nem começar. Ou você trepa bem, ou pare de trepar! Essa coisa de ser médio em tudo o que se faz é frustrante. Eu quero é preto e branco. Rosa é colorido demais. Eu quero é comida quente, uns bons maços de cigarro, ser expert ou não saber absolutamente nada sobre determinado assunto. Eu quero andar desnuda na rua, - desnuda não, pelada! Quero correr em cima do asfalto quente. Quero trabalhar todo dia ou dia nenhum. Não quero nem saber dessa 'simpatia' por algum time. Ou eu torço até minhas últimas forças, ou é melhor nem torcer. Ou eu gosto de homem. Ou gosto de mulher. É simples. Quero comigo pessoas mudas para quando eu precisar do silêncio e falantes para quando eu precisar ouvir verdades. Enfim. Mas o que eu quero mesmo é que me venha de encontro o amor. Nada dessas paixões ou ilusões que a vida me tem mandado. Eu quero amor que cega. Que faz enxergar. Quero amor que me arrepie até a alma sentir-se queimando. Quero amor que durma quando eu não quero fazer sexo. Até porque se fosse para fazer que seja todo dia. Ou dia nenhum! Como eu disse, o meio-termo me irrita. Não foi o termo que usei. Como era? Han, o meio-termo me sufoca. Enfim. Falava de sexo. Eu quero um amor que me afague quando não tiver sexo. Que deite no meu ombro e me ensine a calar. Que me ame pelo que sou. Amor, daqueles de verdade, sabe? Que não se acaba. Que me levaria para o cu do inferno para eu me encontrar com meu bem. Quero amor que me olhe com olhos de espelho e me veja exatamente como sou,  -normal, nada muito além do padrão, mas será possível, eu sou um meio-termo, talvez por isso eu me sufoque tanto - e que, ainda assim, me ame. Quero inverno o ano todo. Dinheiro o ano todo. Amor para a vida inteira. Eu sei, não vai ser fácil conseguir respirar em meio a tanta coisa que me sufoca. Mas sim, eu vou conseguir. O café quente. O emprego virtual. Os dias de inverno. O amor imperfeito que se torne essência e essencial. Não é piada! Eu vou conseguir. Até porque ou eu vivo ou eu morro. Essa coisa de viver sem ter tesão pela vida, só porque da para levar não é comigo. Eu vivo num sonho. E esse sonho é eterno. Se eu acordar já vai virar meio-termo. E não, não da para viver assim.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

aquilo que se deve fazer.

Eu não quero beijos quentes. Mornos também não. Quero-os frios para que me arrepiem corpo inteiro. Eu não quero palavras doces. Meigas também não. Quero-as rudes para que eu sinta na boca o gosto forte da sinceridade. Eu não quero abraços tristonhos. Felizes também não. Quero-os infinitos para que eu me sinta protegida até os meus dias de fim. Está vendo? Não é difícil agradar-me. Anota a fórmula ai: beijos frios, palavras rudes, abraços infinitos. E ah, claro. Não se esqueça. Não diga que me ama. Eu não quero ouvir. Há um grande abismo entre intenção e gesto. Então não precisa dizer, me faça ver o amor brotar dos seus belos olhos. Só assim, e ai sim, estaremos atrelados, amordaçados, unidos, feito um só. Só assim, estaremos fortes o suficiente para dizer - enfim chegou, o amor.