sábado, 12 de maio de 2012

tudo sobre minha mãe.

No seu ventre eu repousei por nove meses. Não me lembro daquela época, mas sei que era quente. E terno. Enquanto você cantava eu dormia em paz. Sua voz era doce. E meiga. E eu sabia que você me amava antes mesmo de me conhecer. Você foi o meu primeiro amor. Desses de verdade, sabe, mãezinha? Amor que não se explica, ele existe. E ponto. Quando nasci repousei sobre o seu colo. Bebi do seu leite. Você me segurou firme quando eu cambaleava tentando dar os primeiros passos. Minha primeira palavra não podia ser outra que não fosse 'mamãe'. O tempo passou e eu cresci. Agora seu ventre e colo são pequenos demais para eu repousar-me. Mas você me dá seus ombros. Seja para que eu me deite para assistir os filmes que você tanto odeia, seja para eu me acabar em lágrimas de desabafo.  Às vezes acho que você ainda não percebeu que  eu estou bem grandinha. Trata-me como uma criança, a mesma daquela época de chupeta e fraldas. Mas eu não me importo. Acho até graça. ''Filha, já tomou seus remédios hoje?'' ''Não volte muito tarde." ''Não beba!" "Cuidado com estranhos..."  Sei que são palavras de amor. Até mesmo quando brigamos eu te acho incrível. Quando você não aceita minhas ideias ou diz que sou imatura demais. Talvez você esteja certa. A mãe sempre tem razão. Ela bem que me avisou para não fazer isso ou aquilo. E, todas as vezes em que contrariei o que ela dizia, acabei me dando mal. Mãe. Sinônimo de amor incondicional. Mãe. Meu refúgio. Minha base. Meu espelho. Minha certeza. Certeza de que o amor existe. De que alguém pode sim amar alguém mais até que a si mesmo. Mãe. Eu te amo. Dizer que você é a melhor mãe do mundo, seria pouco. Você é a melhor mãe para mim. E isso basta. Desculpe-me por tantos passos mal dados que já dei e que te magoaram. E obrigada por estar ao meu lado em cada e toda circunstância. Eu te amo. Que seu dia seja belo. Que seus sonhos te encontrem mesmo que você não esteja dormindo. E que nunca, que você nunca deixe de ser essa mulher que dá conselhos, mas que sabe ouvir. Que fala pouco e diz o que é essencial. Que você continue sendo essa mãe espetacular. E que, se um dia eu tiver a chance de escolher a minha próxima vinda à Terra, que eu seja sua mãe. Para que eu te possa retribuir o ventre. O colo. Os ombros. Os conselhos. O sorriso sincero. E que, enfim, seu coração continue batendo forte por muitos e muitos anos para que, um dia, você possa ver que eu, a sua filhinha, cresci. E te admira e te ama e que é eterno. Como só o amor entre mãe e filho pode ser.