sábado, 27 de abril de 2013

em nome de Jesus.


Este não tem linha. Não delimita em coeso e coerente. Não sabe se quer ou não quer. Se implica em azar ou sorte. Não apaga a luz. Não cospe. Não esporra. Não (diz-des) vai. Não (diz-des) volta. Não sente medo da morte. Diz aos outros o que não diz a si. Plataforma que flutua, é concreto sendo todo tão abstrato. É bonito, não faz sentido algum, mas completa todos os sentidos. Às vezes é lágrima, -''o quê'', ''porém'',- volta e meia, sorriso. Nasce, sem que se perceba. Constrói-se a cada amanhecer-nos. E não morre porque não tem margem que delimita. Ou curva que quebre as retas. Eu bem que tentei falar deste pedaço de folha branca. Mas bem que podia ser do amor.

esqueça a vida lá fora.



Dentro. É isso o que importa. Liberdade é ser livre,-internamente.

intocável.


Migalhas e restos são o suficiente. Não que eu me queixe. Agradeço. O poder aristocrático prevalece. Eu bem sei. Um infernal astro que rodeia, sobe, desce, nasce, morre, todo dia. Todo dia. Debaixo d'água, daqui, de donde eu vejo. Tudo é mais colorido, perfeita beleza de poesia. Extremos em minutos. Medos involutos. E razões mal resolvidas. Nunca.

É o meu jamais será.

É o seu sorriso frio.

O seu amor vazio.

O seu desejo contido.

São seus peitos adornados.

São seus olhos metidos.

A sua pele crua.

A sua carne nua.

E isso tem que ser agora, agora.

Agora. 

terça-feira, 16 de abril de 2013

oscilante.


-Diz.
-Digo, mas o quê?
-Palavras.
-Eu digo, não entendes?
-Apenas vejo pupilas.
-Como?
-Só diga.
-Talvez você não goste.
-(...)

Meia-noite e tantos. Mesclo. Oscilo. Dispenso e quero de volta. Tentativas insuficientes de curar insuficiências. Não tudo. Não são tantas as insuficiências. A minha é apenas uma. Inquietude. Não é suficiente para mim apenas estar aqui. Apenas aceitar valores impostos, modos impostos, sentimentos impostos. Sentimento não pode ser imposto. E a inquietude não é isso; 

-Inquieto-me ao ver o que perdi, o que ganhei. Perdi tudo. Dádiva, a mim. Um ciclo. Um círculo vicioso. A lei é essa: plantar, nascer, morrer. No meio do dia esqueço-me que é tudo tempo, que o meu é curto e que não demora acabar. Só não me importa o que será do Sol, eu sei que ele esta ali, também nasce e morre, e se ele é assim, por quê eu não poderia ser? 
-Porque você é apenas a vida.
-E o que tem? 
-Ele a ilumina e, sem pensar, te entrega numa bandeja decorada, a tal dádiva, você apenas recebe, ele é alimento.
-Pronto?
-Não seja inquieto. 
-Isso cura minha insuficiência.
-A insuficiência não cessa. Ocorre-se somente aos grandes de espírito e pequenos de posses.
-Agonia do Sol que apenas reflete sem sombra.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

círculo.

O toque é medido. Pouco para que não notem. Pouco a pouco, notam. Cai o disfarce e entra em cena o jogo. O jogo de palavras, o jogo que jogam os olhos. Simples, doce, inquietante, adúltero, pueril. Silencioso, eu diria. Energia. Fôlego. Falta-me ar. Cinco,..., três,..., um. A data em que nasci. A data em que irei partir. Apenas em ordem trocada. Forjada por um tempo que chamam 'vida', que é apenas mais um disfarce para que os meros mortais acreditem que isso é poder divino e que não se discute. Mesmo que haja desastres, mesmo que só haja alegria. Tudo foi escrito por Ele. Difícil acreditar que minha vida já é traçada, que eu sou uma marionete que segue comandos dos céus. Mas cadê as linhas que me seguram? Seria um ou dois me segurando? Três? Peça engraçada desse meu quebra-cabeça. Eu tentando falar que quero tudo, acabei falando que sou um nada.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

íris.

Diria que são coloridos. Densos. Intensos. Ora sorriem. Ora esboçam espanto. Não sei se são verdes. Se são zum zum e mel. Sei que encantadores. Dispersos abismos. Mistérios que dizem sem usar cordas. Musicais ou vocálicas. Dançam. Vibram. Escorrem. Olhos, sim, falo dos olhos. E são seus. Olhos tão belos que chegam a ser deslumbre. 

terça-feira, 9 de abril de 2013

(des) prazer.

Moinhos de vento, venham cá! A válvula de escape é a sarjeta. Alívio da dor. Cabeça feita. Isso é o que me interessa. Tristeza é sentar-se com o remédio no estômago e a comida na boca. Passarela é glamour. Sexo é sacanagem. Ser loiro é questão de escolha. Negro, não. Deus e destino. Instância de prazer. O primeiro cria. O segundo apenas está lá. Não o tempo, mas o que mencionei. Privilégio é a oportunidade de deixar a cabeça que gira, girar. Em direção a tudo,ao todo, ao mais simples verso, ao mero esfumaçar da fumaça do cigarro. Barulhinho bom esse. Da inocência pura. E da (minha) mente perversa. Perdão é castigar, arranhar, dizer não e só depois, sim. Eu só quis dizer com tudo isso que estou escarrando escarras de repúdio e indignação pelo simples motivo de ter descoberto que meu moinho de vento é único: o que vejo, escuto e falo sobre. Monstros de minha própria consciência inventada. 

terça-feira, 2 de abril de 2013

afeto.

O amor que grita em meu peito se cala em minha boca. Silencioso. Angustiante. Céu. Doçura. De inferno.  Preciso não pegar no sono. Acaba aos poucos. Ou num supetão. Vem. Chega. Chega! Vem? Talvez não tenha entendido nada. Eu então, muito menos. Mas faz todo o sentido que o sentido precisa fazer. Entreolhares. Entrebocalinguasal. O tempo se conduz. Até certo ponto. Entrecorpos. Entrementes. Entretanto. Entretanto, nada é a mesma coisa. E é urgente.