quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

por tanto te amar.

Seus olhos são como dois espelhos
Onde eu posso ver-me
Quando olho-te profundamente.

Esses mesmos olhos são como um abismo
Onde eu teimo em adentrar-me
Sem saber quando meus pés irão tocar o chão.

Seus olhos são como um labirinto
Onde eu perco-me
Mas, ainda que perdida, posso encontrar-me.

Esses mesmos olhos são como luzes
Onde eu cego-me
E volto a enxergar, e volto a enxergar.

Portanto? Te amar.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

eu, um oceano.

Sim, eu sou mesmo um oceano. Um oceano daqueles cheios de mistérios que só as águas profundas possuem. Mas oh! Mergulha. Como se você pudesse encontrar um tesouro perdido em algum lugar dele. Aqui você pode mergulhar. Sem medo. Sem roupa. E com muito, muito desejo. Então, mergulha? Às vezes eu estarei em fúria, como todo mar um dia fica. Mas haverá dias em que eu serei só calmaria. Eu te vou envolver em minhas águas límpidas começando pelos pés, subindo pelas pernas, passando pelo ventre, e só parando quando chegar ao seu rosto. Eu quero envolver-te por inteiro. E não digo só de corpo, mas por dentro também. Vem, pode mergulhar, mergulha fundo. Não tenha medo do que vai encontrar. Beba da minha água. Meu líquido é potável. Basta você se entregar pra mim. Sem medo. Sem roupa. E com muito, muito desejo. Então, mergulha?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

sensitivo.

Você roubou todos os meus sentidos. Tato. Visão. Audição. Olfato. Paladar. E até mesmo o sexto: intuição. E pronto! Não os quero de volta. Fique com todos eles. Que minhas mãos só desejem tocar-te. Que meus olhos só desejem ver-te. Que meus ouvidos só desejem escutar-te. Que meu faro só deseje sentir o seu cheiro. Que meus lábios, boca e língua só desejem beijar-te. Corpo e alma inteiros. E que a minha intuição só deseje tocar seu peito. Bem do lado esquerdo. Onde fica o seu amor. E o seu coração. É, porque antes de você chegar o meu coração estava à revelia. E agora que ele se encontrou, só deseja amar-te. Ardentemente. Intensamente. Suavemente. Simples, não? Não. Complexo, completo. Como só o amor pode ser.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

toda sua.

Você é a minha segunda pele. Esquenta-me. Esfria-me. Arrepia-me. Diante do espelho me vejo em dois. Eu e você. Nua, tenho o seu reflexo. Vestida, vejo-me em ti. Absolutamente entregue. É assim que eu ando ultimamente, se quer saber. Nem tão bem quanto gostaria, mas melhor do que antes. Aparentemente, muito bem. Mas devo admitir que a sua chegada encheu minha vida de vida, entende? E era tudo o que me faltava... alguém que me transbordasse, porque completa eu já estava. Entenda, não estou dando-te a responsabilidade de me amar. Mas cuida de mim, cuida? E, já que dona do meu corpo você já é, venha ser a minha segunda alma. E me esquenta. E me esfria. E me arrepia. E me inebria. E me toma. E me faça ser toda sua. Faça-me olhar no espelho e me ver em um. Eu e você.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

princípio e fim.

É engraçada a forma como nos beijamos. Feito cão e gato, fugindo dos lábios uma da outra, de um jeito que nos faz rir. Ontem eu sentia medo de poder sentir tudo isso. Hoje? Não mais. Porque o difícil não é amar a pele. Mas a alma. A pele a gente sente a todo instante. Agora amar de alma entregue é outra história. É preciso saber amar. E, sinceramente, eu nunca soube. Espero aprender. E que seja com você. Que seja doce como o nosso toque. Intenso como nosso beijo. Afinal, tudo começa pela boca. E pode terminar por ela também.