sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

ciclo.

O céu está pronto para soltar suas lágrimas.
Sorte a dele que consegue chorar todo verão.
Meu pranto apenas chora no inverno.
Frieza não.
É que, quando o Sol arde,
o choro seca.
É que, quando o Sol branda,
o choro não cessa.

domingo, 20 de janeiro de 2013

vômito cultural.


Observei o céu estrelado, a lua que parecia um queijo cortado ao meio. As nuvens também pairavam. Alguns achavam que iria chover, eu não pestanejei em apostar que não iria. Claro que não! O dia foi lindo, indo... E pronto, me deparei com milhares de pessoas sentadas ao chão, tomando banho na praia de BH. Ou era o que me parecia ao ver aquelas pessoas dançando samba, banhando-se na fonte, com seus filhos, cães. Fonte aquela que embora não tenha areia à margem é chamada de praia da estação. Oh, meu Belo horizonte, que maravilha ter você tão perto de mim. Ah, minha Belo Horizonte, que maravilha é ver que todos a amam. Enfim. Voltemos à fonte. Daí, de repente, escutei uma conversa, dizia: -eles  não têm piscina em casa, por isso ficam tão felizes quando veem a fonte, falando dos negros. Parei pra pensar e fiquei sem o que dizer para uns moços que eu conheci há tempos e deixei pra lá. É sempre bom saber que as pessoas são diferentes. Não digo no sentido de diferenças sociais, mas sim de opinião! Estou desviando eu sei, mas o que eu quero mesmo dizer é que sim, isso é um povo só, um povo sozinho por fora, mas não por dentro. O povo tem recheio sim, minha gente! De sentimentos, de opiniões,  nada a ver com fígados ou  pulmões. E é esse o máximo da vida, fiz-me compreendida? Okay. Chega de tentar explicar. Hoje eu também senti meus sorrisos sorrindo inocentemente. Seja com o momento do: -“oh, moço”. Seja com palavras que me faziam rechear ainda mais minhas entranhas. “Vômito cultural”: é o nome que devia ter. Lá as pessoas se consideram tão iguais, mas tão iguais em suas cabeças, que são criados pseudônimos em questão de um segundo de ideia. Vomitam seus sentimentos, mastigam os de quem ouve!  Pessoas que nunca se tocaram, mas que trocaram respeito, por serem como eram. E como eram? Diferentes! Hoje foi o dia em que realmente cai em mim e percebi que eu sempre estive enganada. Ainda há motivos para viver. A morte, depois que , dentre outros, escolheram-me até o nome, que me escolha até o dia em que irei em paz e me deixe em paz! Eu aceito a dádiva de viver por algumas décadas e depois ir-me. Sempre tive fé. E sonhos. Apenas, apenas eles, nunca vão escolher por mim.  

domingo, 13 de janeiro de 2013

...

Um dia cheguei a pensar que não mais teria volta. Que nossos corpos não fossem mais se encontrar. Que sua voz eu não iria mais ouvir. Mas o que aconteceu? Nada do que pensei, claro. A vida me mostrou que o amor sabe esperar; que existe sim uma segunda chance; que tudo é uma questão de tempo e fé. E nos reencontramos. Na hora certa. No momento exato. E, novamente, somos uma família. Ainda mais completa depois do nascimento da nossa pequena. Eu não preciso dizer que esse texto é seu. Deixo-o sem título, já que é algo dispensável. Enfim. Eu realmente acredito que tudo pode recomeçar. E eu agradeço, todos os dias, por termos tido essa chance. Você não é bandido. Você não é vilão. Você não é heroi. Você é meu amigo. Um homem honesto, justo, verdadeiro. Espelho para qualquer um, mas, principalmente, para mim. Depois de constatar cada canto de minha história, chegou em mim um desejo de te abraçar, de te pedir desculpas por tudo o que já fiz, e olha que passamos por um bocado, certo? Eu não consigo dizer-te tudo, por isso escrevo. E posso explicar o motivo de não conseguir falar: meu coração dói a cada instante que penso no quanto nos perdemos, no quanto nos faltamos, no quanto estivemos distantes em momentos que poderíamos estar comemorando algo juntos. Desculpe, perdoe. Perdoe até mesmo por eu ter demorado tanto a dizer 'te amo'. Hoje consigo dizer sem que minha voz saia baixinha, hoje eu digo, t-e-a-m-o, alto, para quem quiser ouvir, mas, principalmente, e para que você ouça e não tenha dúvidas disso. Obrigada por não ter desistido de mim. Por me apoiar. Por segurar minhas mãos quando eu me sinto frágil.  Por ter me amado incondicionalmente todos esses anos. A cada hora, a cada minuto, a cada segundo, sinto esse amor pulsar em mim, em você. E tenho a certeza de que nós quatro seremos muito felizes, juntos, unidos, amando uns aos outros, arrancando sorrisos uns dos outros, festejando não só em datas especiais, já que qualquer que seja o dia, caso estejamos juntos, se fará especial. Eu te amo! Meu amigo. Sinta-se abraçado. Meu pai. 

sábado, 12 de janeiro de 2013

convicto.


Enquanto não te vejo,
meu desejo deseja te esperar.
Você vem em minha mente
e mente que não me quer.
Eu só quero fazer-te mulher.
Sigo meus passos,
lembro-me por dentro de minha memória  
dos momentos que ainda vão vingar.
A esperança não morre,
assim como é vivo o meu amor.
O meu peito quer ser ar,
somente o seu ar.
Morro a cada dia,
mas se aqui você não está,
é porque eu ainda não alcancei a máxima dor
que teima em me aos poucos sugar.
Enquanto você não vem,
é para lá que eu vou.
Para longe de ti,
mas bem mais perto do que penso estar.
Aliás, esse perto é dentro de mim.
Porque dentro de mim,
é indubitável que um dia você vai chegar.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

não sei que nome dar.

Quarto escuro. Silêncio. Pausa. Passo. Compasso. Café. Cigarro. Disco. Incerteza. Amor. Abstrato. Cão. E agora gato. Cidade. Família. Comida. Água. Mulher. Motocicleta. Ventilador. Sonho. Civilização. Pessoa. Ninguém. Triz. Saudade. Boca. Correr. Fugir. Chegar e esperar. Abraço. Minuto. Encontro. Livro. Cinema. Choro. Deus. Igreja. Tédio. Conselho. Medo. Mente. Dor de dente. Pergunta sem resposta. Viagem. Amigo. Lixo. Podridão. Coração. Bate, bate, bate. Porta. Ausência. Ir embora.
 
 
 Apenas.
 
 
 
Aliás, nada.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

negue.

Vai negar? Negar que já me desejou nem que tenha sido por um minuto? Vai negar que está com a outra querendo a mim? Negar que sente medo? Vai negar que eu tomo sua dosagem máxima de veneno, diariamente? Que mentira boa de se ouvir. Que teatro bom de se atuar. Negue que és brilhante atriz no palco da minha vida. Negue que me olha nos olhos profundamente. Negue que deseja meus lábios em suas curvas. Que quer meu coração somente para você. Negue que a rotina é um tormento. Que o tédio é sua cura. Negue que sempre me sabotei por você. Que mesmo distantes estamos no mesmo barco furado, pronto para que a maré nos carregue. Negue que me cansam essas tuas palavras. Que não lhe minam lágrimas. Negue. Negue, mas negue agora. Quero ver até onde vai essa sua insensatez. E quer saber? Tanto faz se você vem ou não. Mas seria maravilhos se viesse. Eu te amo.