sábado, 28 de setembro de 2013

à luz de uma sombra.

Às vezes eu acho graça da minha loucura. Veja bem, ela vem só para mim! Mas que absurdo, eu não sou surdo, não precisa ficar querendo ser a minha voz. Às vezes eu acho graça da minha loucura! Ela fala, faz-se ver a poesia, eu gostaria, eu gostaria muito de não ver e nem  de ouvir. Eu gostaria de ter mais imaginação pra fazer, disso tudo, mera brincadeira. É difícil não acreditar nos meus sonhos de quando eu era apenas uma garotinha rebelde. Bom, rebeldia não combina com o que se passa. Veja bem, ela só vem pra mim. Mas que absurdo, por quê não querê-la? É como negar água à alguém sedento por aquele suor. Eu gostaria, gostaria de continuar com esses absurdos loucos de minha cabeça, que vem e vão como as ondas do mar que há muito não me desnudo para nadar. Às vezes eu acho graça da minha loucura. Veja bem, ela é minha sombra e sempre me faz luz.

domingo, 22 de setembro de 2013

uma distração.

Você não sabe o que está falando.
E você, sabe?
Eu sei que a saudade que corrói meu peito, 
mata minha sede de água destilada 
que faz o mesmo efeito em meu corpo.
Meus poros também doem assim.
Ah é? E... por quê?
Porque os meios que te regem fazem de mim escravo do seu cheiro.
E quais são esses meios?
Os de saída; você sempre vai.
Mas eu volto.
Sei que volta, mas por que não me leva de uma vez por todas com você?
Sei que volta, mas por que não me diz sim de uma vez por todas para que eu possa ser seu?
Eu quero... eu realmente quero, mas é que é tão difícil saber quando.

À tardinha, num domingo de muito calor; ouvi sua voz algumas vezes e quase senti seu cheiro depois do perfume doce de minha mãe; eu vi os olhos de cor verde-mel que me deixaram tranquila e feliz em saber que posso vê-los quando durmo e eu até tenho dormido mais por esses dias em que você não se faz presente; eu toquei seus peitos bem definidos e já delineados por minhas mãos. E até ouvi seu riso quando falo-te algo baixo no ouvido. Saudade é saber que te vejo amanhã e amanhã ainda está meio longe de chegar. Saudade é saber que eu sei o que estou falando: é saber que você também sabe e que cada momento em que as coisas não parecem estar bem, você vem e isso significa que até a minha segunda-feira fica bonita.


E as horas são muitas pra alguém que, como eu,
 quer ouvir o barulho das chaves quando você chegar.

sábado, 21 de setembro de 2013

parecia que estava ficando sem um pedaço do coração.

Pronto, oi, tudo bem? Bem eu não estava mas, tá. Voltemos às medidas práticas. Bem, bem. Você? Também. Um dia de ressaca moral, quero te morder. Então morde. Quer? Que viagem. Como? Quando eu te vejo, linda. Ai, tá, mas fala mais. Estou curiosa e só pego o ônibus das onze, ida e volta. Han? Ah, sim. Vamos, coloca um hit. Foi proposital? Porra, o café está gelado. É bom providenciar uma garrafa nova. Perdi o foco. E voltei, e sim, o café, merda, tem açúcar. Não suporto açúcar no café. Foi, foi. Uhum. Foi. Sim, ai eu tive que mudar o diálogo. Oi, oi, alô? Tá me ouvindo? Não gosto de relógio, até porquê eles me marcam as horas, não gosto disso; não gosto de levar as coisas medindo tempo. Que bom que deu certo, no final das contas. E ai de repente calar-se do grito que estava por vir e veio, amargo, doendo, sofrendo e amando e querendo. E eis que o hit era justo o que se tornava chantageoso. O quê? Sabe que é a música que eu canto pra você. E as vozes se confundiam com as letras e eu ali calada e úmida por não ser, talvez, o suficiente pra você. Ainda é cedo. O dia mal começou; e eu acordada na primeira hora da madrugada; e você não respondeu: ainda quer? Eu te perguntei primeiro. E eu realmente achava que eu não queria mais e fui eu quem disse isso. Certo. Eu quero muito fazer isso dar certo. E sei que é o que você quer também. A gente se ama, poh. Qual o problema há em um dia ruim, que não tira o brilho dos outros, e também tem seu valor. Pensei. Mas eu não entendo. Temos nossos problemas, mas e dai? Eles são pequenos diante de tudo. Pra mim não. Pra você tem? Eu tava afirmando. Nada de interrogação. Ah, sim, então... já me desculpei por isso, não foi por mal, sabe? não foi, realmente não. A minha intensão era realmente te preservar, na mesma não da. O que pode ser diferente? Isso tudo desgastava tanto e eu não sabia o que era, 
não tenho dúvidas.

E você?

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

à sombra de uma gata.

Olhos amarelos.
Seu corpo pintado.
Felina, maravilha de mulher.
Uh, uh, uh, uh!

Orelhas ligadas.
Rabo engraçado.
Felina, maravilha de mulher.
Ah, ah, ah, ah!

Curiosidade  aguçada.
E um certo ar blasé...
Uh, ah, ah, ah!

Areta,
Aretícia, 
capeta,
que delícia!
Gata, eu quero te morder...

Areta,
Aretícia,
capeta,
que delícia!
Gata, eu amo você...

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

faz-se utopia.


Não sei o que chamam de loucura
quando a saúde perturba,
quando o bom e o mau
se confundem no final
quando o bem e o mal
se transformam em coisa e tal
e coisa e tal
e eu aqui perdida
encontrando-me apenas na fresta,
que me resta
e que o suor escorre
quando à meia-noite
ainda estou esperando o sono partir
a insônia sumir
e o tratado me incomodar
meus pés descalços
repleto de  rastros
pediam pra eu voltar
o sábio esqueceu
a pergunta que o mendigo fez
e que o senhor mestrado
não soube responder
o olho virado
a órbita criada
que como eu
vê o que não se era pra ver
assim como o sol  na madrugada
eu ilumino o outro lado da parada
afim de querer sempre o bem
e a fresta a que me referia
veio no novo dia
iluminar sem cegar
esses olhos de luneta míope
até pro que não se poderia
e o meu lado esquizofrênico
hebefrênico,
catatônico,
persecutório e abundante
essa sim sou eu
a que não se olha no espelho
com medo de não gostar do que for ver
e o tempo para
o machismo exala
minha mãe é Maria
bom dia
tem almeida
e não confunde o ser
ideia no ar
fumaça ao me alcançar
e o cheiro do perfume
de sexo
no quarto ao lado
faz-me enxergar
o fluxo certo do meu caminhar
e se pelo caminho
comigo você  viesse
eu estarei ao seu lado
pra nunca deixar de te tocar
e me mergulharei em seus braços
só pra sentir de novo
o foco do seu calor esvaindo
e os poros adentrando
eu não sei o que eu quero dizer com tudo isso
mas deixa eu fingir que sei
eu só queria dizer
que meu medo se foi
de tanto querer proteger
até aquilo que todos dizem não ver
mas que eu vejo e é por isso o meu normal
se a loucura for o que se passa em minha mente
quero  beijo envolvente
sexo quente
e amor corrente nas veias
tamanha a força que faz pulsar o coração
revolução
revolução
re-vo-lu-ção
andai-vos
amai-vos
respeitai-vos
e em frente
com o sonho
porquê... não,
os sonhos não são para os fracos.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

corre sangue.

Desse despeito que é o desfecho do coração.
Esse sujeito defeito que é a canção.
Isso é aquilo e é outro indício de amor.
Amor bandido que cega e se vê.
Vem de repente, contente, inocente que eu:
eu não sou eu, apenas imagem.
eu não sou eu, apenas imagem.
Lógica indefesa que corre no sangue...
Corre sangue, corre sangue.
Tira do peito essa dor.
Corre sangue, corre sangue.
Enche minha boca desse sabor.

Dita em outra língua míngua a lua que brilha solar.
Mar de intensão que vem de si em mi maior, 
cor de amor que embala as canções que um dia cantei.
Distante de mim no dia que veio a ser feliz,
e a minha insônia doía de solidão que eu:
esse sou eu, em carne e imagem.
esse sou eu, em carne e imagem.
Tanto amor que corre no sangue...
Corre sangue, corre sangue.
Tira do peito essa dor.
Corre sangue, corre sangue.
Enche minha boca desse sabor.

Corre sangue,  corre sangue.
Corre sangue, corre sangue.