sexta-feira, 11 de maio de 2012

tombo.

Mais um dia solitário. Estou cercada de pessoas, sim. Mas só. Não digo 'só' no sentido de apenas, mas de sozinho mesmo. Clichê? Sempre serei. Sabe, eu queria escrever coisas destinadas a alguém. Mas cadê?  As paixões me vêm a todo momento, isso não posso negar. Mas será o suficiente? Agora meus discos, livros e maços de cigarro são meus melhores amigos. É, quando estou apenas com eles, eu me sinto mais viva. Ouço músicas tristes. Leio livros de horror. Fumo cada dia um cigarro a mais. Parece que me fechando para o mundo eu me sinto mais parte dele. Não é fácil entender, nem eu mesma me entendo. Mas é o que eu estou sentindo agora. Eu tinha prometido a mim que iria continuar. Não por mim, mas talvez por pessoas a quem vale ganhar um sorriso. Eu sei, eu sei. Não faria falta alguma nesse mundo grande, etcétera e tal. Talvez apenas nos corações das pessoas que me amam. Isso é um combustível , sim! O leitor deve estar pensando que eu não sei o que digo. Entenda, caro leitor, eu não escrevo com intuito de que você me entenda. Porque, como eu já disse, nem eu me entendo. E não, caro leitor, esse texto não tem um destinatário. Falta alguém para preencher as minhas lacunas. As linhas traçadas em minhas mãos, dizem ser o tal destino, as linhas das minhas mãos não se cruzam, não se encontram, então, o que isso pode significar? Que eu não vou encontrar um par? Que eu não sei amar? O que isso quer dizer? Alguém ai! Pode me ouvir? Responda-me! Eu estou perguntando! Seja noite ou seja dia, eu quero saber o meu propósito nesse imenso lugar onde estou. Eu não quero ficar, mas também não sei se devo ir. Solidão. Tédio. Músicas tristes. Livros de horror. Cigarro aceso na brasa do último. As lágrimas são inevitáveis. Mas até mesmo chorar me encabula. Por que? Talvez por tantas coisas. Talvez por nada. Hoje eu pensei em desistir de tudo pelo caminho mais fácil. Mas, ai, lembrei-me do sorriso de minha pequena irmã. Do abraço quente de minha amada mãe. No amor que eu sinto e não digo para ninguém. Não é hora de partir. Revi meus passos e descobri que não é que tenha me faltado amor, não é nada disso. Eu amei muito, ainda amo, acho. Mas não sei como entregar tanto sentimento para alguém. Acho que não passo de uma pessoa covarde. Que tem medo de ser amada. E, entende por que não da para entender? Eu tenho medo do que mais preciso. Eu tenho medo de receber o coração de alguém. Mas não de entregar o meu. É quase uma ausência do sentimento que me cerca. Simplificando, a minha vontade é de criar asas para voar alto e, lá do alto, cortá-las para que a minha queda não me deixe chance alguma de sobreviver.