sexta-feira, 4 de maio de 2012

ou vai, ou racha.

É o meio-termo que me sufoca. Eu odeio coisas mornas. Café tem que ser frio ou quente. Aliás, tudo deveria ser assim: ou é, ou não é. Há tantas coisas que estão no meio. Eu, às vezes, escuto alguém dizer: ''só fumo nos fins de semana'', ''ah, eu sei cozinhar o básico'', ou então, ''eu sei tocar um pouquinho de violão'', ou ainda, "sou mais ou menos bom de cama''. Eu digo - não! Chega de meio-termo! Ou você fuma todo dia, ou pare de fumar. Ou você cozinha muito, ou não cozinha nada. Ou você toca algum instrumento de forma genial, ou é melhor nem começar. Ou você trepa bem, ou pare de trepar! Essa coisa de ser médio em tudo o que se faz é frustrante. Eu quero é preto e branco. Rosa é colorido demais. Eu quero é comida quente, uns bons maços de cigarro, ser expert ou não saber absolutamente nada sobre determinado assunto. Eu quero andar desnuda na rua, - desnuda não, pelada! Quero correr em cima do asfalto quente. Quero trabalhar todo dia ou dia nenhum. Não quero nem saber dessa 'simpatia' por algum time. Ou eu torço até minhas últimas forças, ou é melhor nem torcer. Ou eu gosto de homem. Ou gosto de mulher. É simples. Quero comigo pessoas mudas para quando eu precisar do silêncio e falantes para quando eu precisar ouvir verdades. Enfim. Mas o que eu quero mesmo é que me venha de encontro o amor. Nada dessas paixões ou ilusões que a vida me tem mandado. Eu quero amor que cega. Que faz enxergar. Quero amor que me arrepie até a alma sentir-se queimando. Quero amor que durma quando eu não quero fazer sexo. Até porque se fosse para fazer que seja todo dia. Ou dia nenhum! Como eu disse, o meio-termo me irrita. Não foi o termo que usei. Como era? Han, o meio-termo me sufoca. Enfim. Falava de sexo. Eu quero um amor que me afague quando não tiver sexo. Que deite no meu ombro e me ensine a calar. Que me ame pelo que sou. Amor, daqueles de verdade, sabe? Que não se acaba. Que me levaria para o cu do inferno para eu me encontrar com meu bem. Quero amor que me olhe com olhos de espelho e me veja exatamente como sou,  -normal, nada muito além do padrão, mas será possível, eu sou um meio-termo, talvez por isso eu me sufoque tanto - e que, ainda assim, me ame. Quero inverno o ano todo. Dinheiro o ano todo. Amor para a vida inteira. Eu sei, não vai ser fácil conseguir respirar em meio a tanta coisa que me sufoca. Mas sim, eu vou conseguir. O café quente. O emprego virtual. Os dias de inverno. O amor imperfeito que se torne essência e essencial. Não é piada! Eu vou conseguir. Até porque ou eu vivo ou eu morro. Essa coisa de viver sem ter tesão pela vida, só porque da para levar não é comigo. Eu vivo num sonho. E esse sonho é eterno. Se eu acordar já vai virar meio-termo. E não, não da para viver assim.