domingo, 27 de maio de 2012

lado oposto.

Não é que eu esteja triste. Ou desiludida com tudo o que se passa ao meu redor. Não. É que eu tinha dois caminhos para seguir. E escolhi o que estava em minha frente. Ai, a mim me pergunto: o que teria acontecido se eu tivesse virado à esquerda? Será que eu teria mais ódio no coração? Ou continuaria com essa ausência que me cerca? Sim, ausência. Por mais que me doa, por mais que me faça mal, eu não consigo sentir ódio por nada nem ninguém. Talvez, se eu tivesse escolhido o caminho da esquerda, eu conseguiria odiar a pessoa que amo. Conseguiria sentir ódio da vida. Mas não. Eu continuo amando a quem nunca me amou de verdade. Pessoa e vida. Ambas só me fazem mal. E eu aqui, dando voltas, tentando quem sabe extirpar todo esse sentimento de dentro de mim, mas, ao contrário, conseguindo apenas que ele permaneça dentro do meu peito. Não é que eu esteja triste. Mas com tamanha dor pelo que me faz viver. Eu penso tanto no que pode acontecer se eu parar de andar apenas em frente. Eu preciso virar! Virar, desvirar e tornar a virar. Eu preciso de emoção. De aventura. De paixão. Eu preciso esquecer-me dos critérios. Eu quero querer. Mas como? Como dizer a eles que eu não os quero seguir? Que eu não os quero obedecer? O gosto disso é azedo. E, ao mesmo tempo, amarga. Eu só queria um pouco de doçura. O ódio é doce? Porque se for eu quero odiar. Desprezar. Matar. Olhar-me no espelho e me ver exatamente como sou. Não uma imagem de alguém que não sabe o que é. Quem sabe depois disso, vendo-me como sou, eu consiga sentir ódio de mim. E, sentindo ódio, eu consiga desprezar-me. Matar-me. Livrar-me de todo e cada peso. Encorajar-me a fazer tudo o que andam dizendo para eu fazer. Eu quero seguir o caminho que leva ao lado. Ao lado oposto da vida. Ao lado que dizem ser infinito.