quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

alta madrugada.

Eu pensava em alguma música
que desse compasso aos cacos 
e me calava ao som de nenhuma

O barulho que me vinha
era o da estrada
como se ela estivesse partida
e dissonante

Eu bebo conhaque puro
e ainda perguntam-me
como eu aguento

Preocupo-me em ser pertinente
mas a única resposta
que me vem em mente
não responde pelo destilado

A música insiste em não tocar
as peças não se juntam
e o som agora é o das teclas

Eu persisto no risco
sem de fato saber aonde leva

Talvez chamem de coragem
talvez chamem de loucura
essa tal estrada
que compreende a minha dor

Mas o choro é sangue
que sai pelos olhos
e pulsa no peito 
em uma disritmia
ao silêncio que insiste

Como posso...

Ah, se você percebesse...

J.V.Kaisen

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