sexta-feira, 29 de novembro de 2013

o eu e o outro.

Começou assim: 'por quê eu vejo essas coisas?' 'ela me respondeu: 'não sei, por quê eu não vejo?" (...) Mistério. A vida é o louco mais louco que toda loucura já viu! Nem Chopin, nem Nietzsche  nem Marx, ou mesmo Getúlio Vargas e Maria, a Louca. O mistério é tão grande que os grandes, ou os que se enxergam assim, tentam decifrar o tal sem que tenham sucesso. Além de quererem saber como tudo começou, querem saber como termina. E vem ai os chamados 'loucos', os loucos que são loucos porque vivem em plena falta de lucidez, os normais é que são os diferentes! De que vale dizer que entendem, sem estarem realmente em condições de compreender qualquer pintura e ainda fingindo que aquilo os inspira? Essa mania de querer ter asas sem poder pisar no chão, o doce veneno da ilusão, o tempero amargo de uma flor e o cheiro de cigarro que impregna; mistério. Eu? Você? Por que precisamos de relações se nos subdividem em tantas partes. Cada pedaço irrompe no peito cansado de não entender e a mente cansada de não ser entendida. Diz-me, olha-me, diz-me a verdade logo de uma vez. Eu não quero ter que morrer pra entender a vida, nem passar a vida tentando entender a morte. Meu sangue vermelho derrama, eu não quero passar fome pra entender a vida, nem passar a vida vendo a fome que passa. Eu gosto dessa sensação de fingir que entendo um pouco de tudo, mas no fundo sabendo que tudo não passa de indecifrável e isso basta. Tem que bastar. Eu não me importo se vejo o que ninguém vê. Talvez seja virtude pra alguns que, se não vissem, ai sim, iriam enlouquecer. 

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