segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

contraponto.

Não acredito em destino. Do tiro que vem pela culatra sempre dá-se explicação. Não acredito em sorte. No deserto da vida acha água quem procura mais. Não diferencio o dia da noite. Sei que de algum lugar alguém vê o sol. Não acredito em paraíso. Acredito no amor. Na dor e na delícia de amar. Não me importa a beleza. Denuncio o mal, o sujo, o desprezível. Revelo segredos. Desafio medos. Não vendo acusações. Compreendo facilidades. Rejeito dinheiro fácil. Me movo por cafeína, cigarros e música popular. Me faltam ausências. Me sobram demências. Afirmo doutrinas. Busco ideais. Minto como refúgio. Me omito por timidez. Me encanta a madrugada insone. Me diverte a solidão. Me encontro em penumbras. Sonho em poder voar. Gosto de chuva. Gosto do frio. Gosto ainda mais da natureza, das estrelas, do luar. Sou curiosa. Melindrosa. Caótica. Às vezes peculiar. Admiro as mulherers, as flores, os animais. Nada me prende num lugar. Ignoro promessas. Tenho fé na concretude da abstração. O que pesa não me ilude. Sou hóspede das palavras. Leio muito. Escrevo ainda mais. Quero o tudo que há no nada. Tateio sabores. Cheiro ruídos. Ouço em cores. Respeito o silêncio. Grito. Não gosto de normalidades. Tampouco de me sentir um igual. Quero ser além do indivíduo. Quero ir além de mim. Quero andar na linha curva do passo. Tenho sede de vida. Não temo a morte. No inferno e céu de cada dia, imploro pela sorte de um destino banhado de amor e luz do sol.

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