quinta-feira, 21 de março de 2013

silenciosos corpos.

- Escreva. Disse-me ela.
- Como? Respondi-a eu.
- Ontem aguardei.
(Silêncios risonhos).
 
Muita coisa pode ser, inclusive nada. Saber tirar do que for a alegria que houver, isso sim é entender um pouco do que seja 'amor'. Inclusive eu. Inclusive, nada! Mesmo que seja nada, - tentando retomar, há uma alegria. Da dança, do canto, do sol. Ou das lágrimas, dos pedregulhos, dos desapaixonamentos.
 
- Apaixonar-se é uma coisa. Disse-a eu.
- Como? Respondeu-me ela.
- Amar é outra.
(Silêncios olhares). 
 
Inclusive nada, muita coisa pode ser. Saber amar é para poucos. Deixar com que sejam amados, vixe Maria! Isso é para poucas exceções. Inclusive nada. Inclusive, eu? Mesmo que se deixem amar, -tentando retomar, poucos se rendem à reciprocidade. Do pai, da mãe, do irmão. Ou dos risos, das montanhas, dos desamores.
 
- Isso basta. Diga-me ela.
- Como? Respondê-la-ei eu.
- É pouco pra mim.
(Silêncios peitos).
 
 
 
É carnal, é visceral, é poético. E ainda não sei que nome dar.