quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

fuga.

Pensei em várias formas de fazer aquilo. Chovia lá fora, fazia um certo frio, era tudo como eu havia planejado. Quando estava prestes a concretizar, olhei pra trás e, pelo vidro, o vidro de uma porta que liga a sala à varanda do apartamento onde vivo, vi a minha mãe. Estava sentada no sofá, parecia calma, seus lábios não eram dos mais felizes, mas trazia esperança naqueles olhos verdes. Não tive coragem. Por ela. Porque ela me fez pensar no sofrimento que eu causaria. À ela. E à menina de olhos castanhos, tão esperançosos quanto os seus. Não tive coragem. Seria como dizer, -é o fim, não consigo, não sou boa o suficiente pra isso. É que às vezes me desespero. E não consigo achar outra saída. Não que eu não quisesse mais acordar. Eu só queria dormir. Em paz. E talvez fosse aquele o único jeito.

3 comentários:

  1. A paz virá para sua vida, e poderá dormir e acordar com ela ainda presente!
    E sim...isso é uma certeza!

    ResponderExcluir
  2. ''A vida tem caminhos estranhos, tortuosos às veses dificeis: um simples gesto involuntario pode desencadear todo um processo. Sim, existir é incompriencivel e exitante. As veses que tentei morrer foi por nao poder suportar maravilha de estar vivo e de ter escolhido ser eu mesmo e fazer aquilo que eu gosto- mesmo que muitos nao compreendam ou nao aceitem''

    ResponderExcluir
  3. A criação é algo tão complexo que não estamos preparados para entendê-la. Mas é possível concluir que quebramos uma longa corrente, se apagamos a nossa existência. A nossa ausência voluntária irá eliminar processos evolutivos, pelos quais somos responsáveis.

    A luz do Criador irá acolher a sua grande sensibilidade.

    ResponderExcluir