quinta-feira, 22 de abril de 2010

remissão.

Se arrependimento matasse, eu estaria morta. Eu não queria fazê-la sofrer. Porque foi ela quem por inúmeras vezes segurou o meu sofrimento. Foi ela quem esteve ali, ao meu lado, sempre. Me lembro das vezes em que me sentia só, vazia, e lá estava ela. E hoje, depois de ver que os olhos dela me olhavam com um olhar de desapego, de desapontamento, ah, como eu queria voltar atrás. Eu teria retribuido seu cuidado, seu carinho, seu amor. Eu fui mais que infiel. Fui covarde. Não digo que do ato em si eu me arrependa, mas das minhas palavras. Como foram duras e insensíveis e desumanas. Eu só queria o seu perdão. E aqui o peço; perdoa, minha querida, minha querida amiga, perdoa. Eu só queria que os olhos dela pudessem se fixar aos meus com a mesma ternura de antes. Eu queria que ela não sofresse tanto por alguém que nunca a mereceu. E esse alguém, digo com tristeza, esse alguém sou eu.

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