segunda-feira, 5 de abril de 2010

assinado eu.

Sinto falta do queimar que escorre depois de um gole e meio de conhaque. Me contento com o pouco do cigarro que ainda me resta. Gosto de me viciar. Ah, baby. Como eu me sinto sozinho. É que meu coração insiste em bater. Enquanto meus  pulsos imploram por um corte fatal. Ah, baby. Como eu queria beber você. Como eu queria sentir o gosto do meu gozo junto ao seu. Eu preciso sentir o cheiro de prazer satisfeito. Mas é que, sabe, baby, há muito eu me esqueci do que é isso. Meus olhos já  não brilham de tesão. Minhas mãos já   não  mergulham no seu buraco sujo e cheiroso, não sei desde quando. Ah, baby, como eu queria beber você. Me embriagar. Como se você fosse o meu conhaque. Um gole e meio pra  te escorrer em calor, de sabor salgado e doce. Eu queria ser seu cigarro, baby. Que você acende, fuma e suga e deixa as cinzas pra trás. Eu não quero me prender a você, é essa a minha condição. Preciso ter as asas abertas pra voar. Sempre. Porque eu não sou um pássaro que você prende na gaiola. Eu sou o outro, aquele que te escapa, um beija-flor, que só te procura quando tem sede. É baby, eu não nasci pra ficar preso. Eu quero poder ser exatamente como eu sou. E pra isso, pra isso eu preciso ser só. E eu já me acostumei com isso; já não pesa, nem dói. Ah, me falta ar baby. Com você eu não sei respirar.

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