quinta-feira, 8 de julho de 2010

aos amigos.

-Para Marco Túlio e Marcus Felipe-

Hoje eu não estou aqui pra falar de amor. Porque amor, no sentido literário da palavra, se é que ele existe, eu não tenho lá muita certeza de como fazer pra definir. Mas estou aqui pra falar de amizade, dessas que o tempo não apaga, dessas que as lembranças de coisas juntas passadas ficam na memória como o gosto bom de um chocolate. Eu sou farta de amigos. Farta, não que eu tenha muitos, mas os que tenho me preenchem de forma a me fazer ver o mundo de cor azul, (está mais pra rosa choque, mas isso é só um detalhe que é melhor deixar pra lá). Agora vejam vocês, eu disse que não iria falar de amor. Mas pensem comigo, existe amor maior do que o amor de uma grande amizade? Oras, falarei, pois, de amor. E, para isso, é preciso contar uma pequena e velha história.

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Aqueles longos cabelos, barba por fazer, confesso que me assustaram à primeira vista. Me lembro que a primeira coisa que o ouvi dizer foi algo do tipo 'essa professora é gostosa'. Achei graça, sim, não nego, mas logo desconfiei. Notei que era um rapaz falante, fiz música de tão bonita a sua voz. E depois o outro. Alto, delgado, com um certo ar de intelectual. Tímido, quieto, calado. Mas totalmente intrigante, misterioso, eu queria desvendar aqueles olhos castanhos. Dividimos a sala de aula por algum tempo e, por muito, era só aquele o nosso contato. Os três vidrados por literatura, a professora era ah, um orgasmo! Em contra partida nos sentíamos cheios de tédio quando se falava em logarítimos, algas e átomos de carbono. Por meses éramos apenas colegas de classe. Contudo, nesse tempo, ríamos de uma bobagem qualquer ali, deixávamos a hipocrisia de lado pra criticar uns acolá, e pronto! Aqui chegamos. Se hoje estou escrevendo isso pra vocês, meus amigos, é por quê assim os considero. Amigos. Leais. Únicos. De quem pra sempre vou me lembrar com saudades. Dos tempos bons que passamos os três, juntos. Tempos que jamais voltarão, mas que com toda a certeza serão inigualáveis. Quero tê-los sempre por perto. Seja pra nos acabarmos de tanto rir, seja para termos os ombros uns dos outros para quando a melancolia chegar. Porque hoje sei que aqueles cabelos, os longos, -agora não tão longos mais, sei que por trás daquela barba por fazer eu encontro segurança. Porque hoje eu sei que de tímido e calado nada tem o outro. Sei que se é por vezes quieto, por dentro é forte, certo e bom. Eu queria me desculpar pelas vezes em que menti ou disse palavras rudes ou duvidei da lealdade de vocês. Mas principalmente, eu queria me desculpar por me fazer tão distante. Não é que eu não me preocupe. O faço. E muito. Vocês são meus amigos e amigos são amores puros e eternos. Eu não sei se vocês também pensam assim, mas, sabe, o mundo é movido por interesses. E é tão bom ter a certeza de que uma amizade sólida como a nossa não precisa desse princípio, o interesse. A amizade não precisa ser manipulada como negócios, relações e até sentimentos. Ela existe e basta. Eu poderia ficar horas a fio falando o que sinto quando estou com vocês. Mas o que eu quero que saibam é que eu os amo muito. Quero que vocês possam ver em mim a paz que eu sinto quando estou com vocês.

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Com amor, da sua eterna,
Mah.

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