quarta-feira, 12 de junho de 2013

pra onde eu vou.


Eu vou pro instinto selvagem.
Eu vou pro deserto que tem água como imagem.
Eu quero o mau gosto.
O cheiro de esgoto.
Quero ir pr'onde o céu for azul.
O Sol amarelo.
As nuvens algodão-doce.
O inferno o lado direito,
da minha interna canhotez.
Eu vou pr'onde a água for doce,
que é pra matar minha sede de sua pele salgada.
Que é pra ensedentar a alma de tanta embriaguez.
Que é pra acalmar a calma da sua saliva por dentro de mim.
Eu vou pr'onde o seu contorno for,
do jeito que você por,
que é pra sua saliva acalmar
meus lábios íntimos,
e depois beijar os pequenos.
Num sabor gentil,
sutil,
nada fútil,
e muito sincero.
E eu ainda me pergunto pra onde vou?
Mas é claro que pra uma casinha pequena,
com montes de filhos e de bichos a enfeitar,
alegrar,
explorar e
conhecer vários caminhos.
Nós daremos à eles o gesto,
a palavra,
o abraço de conforto,
o cheiro morno de pães de queijo assando no forno.
E o sorriso nada morno que me faz querer ver seus olhos,
tamanho brilho que eles tem.
E é bonito isso.
Que eu olho, 
reparo,
disparo
de vontade de saber que eu só vou pr'onde você for.