sexta-feira, 3 de setembro de 2010

história triste.

-Eu não sei pra onde vou, sei menos ainda o porquê de estar aqui, ela disse. 
E eu respondi, -estás aqui porque me amas.

Ela me beijou com um beijo quente e úmido e terno e cheio de amor. (Mal eu sabia que seria aquele o último).

-Enxugue meu pranto, meu bem. (Agora era eu dizendo).
-Finja que choras de alegria.
-Mas eu choro pelo que me faz sofrer.
-Então choras por mim?
-E como sabes?
-Eu simplesmente sei.
-Simplesmente sabes?
-É, simplesmente sei.

Deixei a cama ainda quente, inflamada pelo sexo que acabaramos de fazer. Ela levantou-se me pedindo calma. Agora eu profanava palavras tristes, seguidas de soluços e lágrimas. Nesse momento eu era muito corpo e pouca alma. Eu era só saudade de um tempo bom. E a saudade, o que é?

Já passava das três da manhã. Acabei adormecendo. E, quando acordei, havia uma rosa vermelha e um bilhete. Era dela e dizia:  ''Aqui te deixo, meu amor. Já não posso suportar viver ao seu lado.''

Eu lia aquela linha como quem lê a um texto melancólico, era assim que eu me sentia, tomado de dor e melancolia. Ela me deixou. E eu não podia acreditar nisso. Parece que ela simplesmente sabia que diria adeus. Sabia ainda mais: que eu choraria por ela. E agora sei que, pra onde quer que eu vá, irei sozinha.  Meu amor era tanto, mas no entanto, agora era hora de dizer adeus. Fui então fazer o que meu coração me mandava. Peguei a rosa vermelha que ela me deixara, peguei e retirei pétala por pétala, dizendo palavras como bem-me-quer, mal-me-quer. E adivinhe? A última pétala me dizia bem-me-quer. Me enchi novamente de esperança, acreditando que poderia tê-la de volta. Peguei um pedaço de papel e escrevi um bilhete que dizia: ''Vou ao seu encontro, meu amor. Já não posso suportar viver sem você."  Enquanto eu escrevia pensava: ''Há tantos para que deixe, vais deixar logo a mim? Eu que te dei todo o meu amor, meu amor." 

Toda essa história aconteceu há muito. Mas, ainda hoje, eu busco em cada lugar onde eu vá pelos seus olhos. Busco por ver-te novamente. Quero poder cantar as músicas que eu fiz pra você. Meu violão implora pela sua presença. Sem você eu sou letra sem melodia. Sou trevas sem luz. Sou céu sem sol. Sou eu sem ser. E se você puder lembrar dos nossos dias de poesia, volta. Volta que continuo aqui a te esperar. 

Enquanto isso a solidão me corrói. Aos poucos vou morrendo. É, esse negócio de saudade não é pra mim. Se você puder chegar mais perto aqui desse meu coração, ah se você puder. Mas venha logo. O amor não pode mais esperar.


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