segunda-feira, 16 de julho de 2012

vitalidade.


Ela passava bela. Vestido preto, sandálias de salto, olhos coloridos e uma boca que parecia a própria maçã, tanto que eu implorava pelo pecado. Fui até lá. Não pude deixar de reparar que ela também me comia com os olhos. Perguntei seu nome. ''Alice." "Ali se vê que a menina, Alice, está belíssima. Daqui também, talvez ainda mais." "O seu?" "Nina."

 O telefone toca: triiim, triiiim. 
- Alice? 
- Nina? 
- Sim, sim, sou eu. 
- Eu queria te dizer que quero muito me jogar no seu jogo.
- Não diga apenas. Aja!
- É, então você acha que eu não ajo?
- Sem dúvida.
- Então venha ao portão, estou aqui.
- Suicídio é coisa de gênio. 
- Quer dizer que eu não sou?
- Se é, okay. Mas se não, segue isso ai oh: sexualidade é pecado. Doença. Cadeira elétrica e morre!
- Me dê um beijo. 
- Quero tudo de você.

E assim elas se foram. Sem outro objetivo que não fosse o de ficarem perto uma da outra. Sem dinheiro. Sem coberta. Sem comida. Sem pretensão maior do que a de se sentirem em paz. Esqueceram-se de tudo. Mas se lembram de que o sangue também é parte da vida. E que ele corre nas veia. E veia entope. Daí vêm os tropeços.