terça-feira, 7 de outubro de 2014

crônica do segundo turno.

Deixa eu sentir que é firme e eu não vou cair. O tombo eu já levei. E era alto. Pelo menos dizem. Eu, confesso, não me lembro. Toco do lado esquerdo do meu crânio e, se aperto, quase que sinto a pancada. Dai paro. Aliso. E deslizo os dedos, bem suavemente, por onde me levar a mente. Não seja indecente. Não é do que falo. Na real, calo. Que é pra que o que está em uma de minhas mãos, me faça sentir o ócio. E a solidão. Me parte o coração. Mas nada respira para sempre. Por que acreditar no mundo? O que dizer de quem ainda vê? São poucos os verdadeiros olhos do universo. Apesar de seus largos territórios. E é tudo tão grande que a gente se esquece de que o mundo não nos gira em torno. Mas dele mesmo e do Sol. Como deveríamos fazer e não fazemos. Girar em torno do mundo. E não de nós. O umbigo não vê. Mas olha. E não sei se finge, se raciona sem raciocinar que não deve. É preciso querer a mudança de fato. E fazer dela uma obrigação. E é preciso acreditar na mudança. Será possível que num país de tantas as pessoas e somente duas opções, haja tanta divergência? É óbvio, não? Achava que eu era louca em escutar o que os outros não escutam. Temo ser coisa da visão. Eu vejo, sei que muitos veem. Mas tantos outros não! Como é possível? Você não entende que o mundo é que faz você girar? E se não fossem os varredores de rua e garis para que sua cidade seja mais limpa? E se não fossem os professores para que você fosse ensinado? Acorda! Não vamos retroceder! Esse é um apelo que vem catártico! De mim e de muitos outros! Amanhã vigora o hoje. O ontem, deixa pra trás. Apaga. Toma, pega essa borracha. Relaxa, sério. Ninguém é tão cego a ponto de não relacionar fatos e atos. Nem o deficiente de fato. Todo mundo pensa! Até o seu gato ri de você, quando você acha que faz ele de bobo. E o seu cão?! Não deixa ele te ver na cabina de votação! Ficará feroz. Vai lá, passa a coxinha pra ele! Pensa no mundo. Esqueça o seu umbigo. Se você tem carro, casa própria, emprego e salário fixo; eu ando de ônibus, mais até à pé, por me faltar os tais absurdos dois reais e oitenta e cinco centavos, pago aluguel, sou estudante desempregado e meu salário não paga ao menos a comida do mês! Me ajuda, vai? Deixa eu sentir que é firme e não vou cair. O tombo nós já levamos, há um tempo que nem fica tanto atrás. E foi alto. Alguns, pelo menos dizem, não se lembram. O sonho não acabou. Ainda há esperança. O objetivo agora acorda. E muda. A vida é como um chá de trombeta, que você se embriaga e sabe do risco de não voltar ao seu estado 'normal'. Ai, coitado de quem inventou esse termo! Padrões e normas não me representam. A minha loucura está aqui. Ai. Assim como a sua. É a loucura nossa de cada dia. Eu não tenho medo da ''pedra no meio do caminho''. Definho é quando penso que talvez tudo seja em vão. Que o buraco seja como a loucura, e esteja em todos os lugares ao mesmo tempo. Fica, chão. Deixa eu pisar. Deixa eu sentir que é firme. 

M.A.J.V.Kaisen

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