Silêncio.
Deparo-me com o silêncio.
Não toca música.
Ninguém fala.
Não ouço nada.
Silêncio.
Excetuado pelo barulho das teclas.
Como um veloz cavalo.
Como um disparo.
Meu peito disparado,
para... e pensa:
a porta ficou mesmo trancada?
A água que eu bebi era mesmo filtrada?
O amor que eu vivo não é emboscada?
E tudo isso?
É minha estrada?
Acendo o palheiro,
com o isqueiro amarelo de fogão.
Em uma das mãos o cigarro.
Na outra o coração que palpita,
e sua solidez se limita,
e o instante é infinito.
Bonito.
E cruel.
O fel dessa noite foi amargo.
Um estrago que deu nó.
No peito e na minha alma só.
Neste momento e eu não sei até quando.
A luz brilha de doer os olhos.
Como o sol do meio-dia,
que ilumina e aquece.
O poema anoitece.
Madruga.
E quase clareia.
Não sei quando a lua é cheia.
Mas meu santo é forte.
Não acredito em sorte.
Azar.
Inferno.
Nem em parte da humanidade.
Às vezes me venho a duvidar do elo.
Estou sendo sincero.
O meu amor é doce.
Mas mata feito veneno.
E não é pequeno,
todo o amor que eu tenho pra dar.
Quando a ausência se aplica,
o pensamento se limita em nisso pensar.
E me dá um certo ar de espanto,
quando canto,
a canção que eu fiz ao regressar.
Sinto informar, mas é triste.
Tudo o que me vem em mente.
Você sente?
Também vai passar a noite sem dormir?
E fazendo o que?
Chorando?
Escrevendo?
Ambos?
Nenhum?
Eu em algum lugar fiquei.
Nem que seja na memória, disso eu sei.
E é fato que você também.
E é além.
Você me deu uma epifania.
E com maestria.
Como ninguém.
Passa de 1:00 da manhã.
Eu preciso entregar-me à ilusão
de que meus olhos não se abrirão,
até que seja a hora.
J.V.Kaisen
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